A anestesia parece interromper a geração de informações no cérebro, e não sua transmissão, como se considerava até agora. [Imagem: Cortesia Lee Lab/Stanford University] |
Redação do Diário da Saúde
Com
a anestesia funciona
“Considerada
uma das maiores revoluções da Medicina de todos os tempos, pode
parecer estranho que até hoje os cientistas
não saibam exatamente como a anestesia funciona.
E
as dúvidas podem até aumentar, conforme as últimas novidades na
área, que acabam de ser publicadas por neurocientistas da
Universidade Goethe e do Instituto Max Planck (Alemanha).
Ao
demonstrar que determinadas áreas do cérebro geram menos
informações quando a pessoa está sob anestesia, a equipe alemã
derrubou mais uma hipótese que tentava explicar o funcionamento da
anestesia.
Até
agora, os cientistas acreditavam que os anestésicos interrompessem a
transmissão de sinais neurais entre diferentes áreas do cérebro, e
seria por isso que perdemos a consciência.
Assim,
a queda na transferência de informações detectada quando o cérebro
está sob anestesia pode ser uma consequência dessa redução local
na geração de informação, e não - como se acreditava até agora
- resultado da interrupção na transmissão de sinais entre
diferentes áreas do cérebro.
"A
relevância desta explicação alternativa vai além da pesquisa da
anestesia," analisa a Dra. Patricia Wollstadt, "uma vez que
todo exame da transferência de informação neuronal deve
categoricamente levar em consideração quanta informação está
disponível localmente e, portanto, é desta forma transferível."
Geração
de informação versus transmissão de informação
Os
pesquisadores alemães comparam sua descoberta com o que pode ocorrer
no sistema de telefonia de uma cidade.
Se
apenas algumas poucas chamadas telefônicas estiverem sendo
completadas em uma cidade, pode ser que vários sistemas de
telecomunicações pifaram ou - se for de noite - que a maioria das
pessoas está dormindo.
A
situação é semelhante em um cérebro anestesiado: se há uma
transferência notavelmente baixa de informações entre várias
áreas do cérebro, então ou a transmissão de sinais nas fibras
nervosas está bloqueada ou então determinadas áreas do cérebro
estão menos ativas quanto à geração de informações.
Patricia
Wollstadt e seus colegas descobriram que a geração de informações
locais no cérebro sob anestesia é muito mais afetada do que as
áreas cerebrais "alvo", para as quais as informações
seriam transferidas.
Isto
indica que é a informação disponível na área de origem que
determina a transferência de informações e não uma interrupção
na transmissão do sinal. Se fosse assim, poder-se-ia esperar uma
redução muito maior nas áreas alvo, pois menos informações
chegariam lá, e não é isso o que ocorre.”
Fonte: Diário da Saúde
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