Redação do Diário da Saúde
Começando a entender
“Pela
primeira vez desde a década de 1970, cientistas afirmam estar à
beira de desenvolver uma nova classe de anestésicos. "Embora
os médicos anestesiologistas tenham melhorado a segurança da
anestesia ao longo dos anos, ainda existem muitos riscos associados à
anestesia geral. E, no entanto, nenhum anestésico novo é
desenvolvido há mais de 50 anos," disse Dr. Roderic Eckenhoff,
da Universidade de Pensilvânia (EUA), principal autor do estudo, que
foi publicado na revista médica Anesthesiology.
"Nós
estamos apenas começando a entender os mecanismos reais que permitem
que os anestésicos em geral gerem um estado de anestesia, e este
estudo é um avanço rumo a esse mundo," entusiasma-se o
pesquisador.
Tentativa
e erro automatizada
De
acordo com Dr. Eckenhoff, a busca por novos anestésicos tem sido
historicamente uma mistura de empirismo - tentativa e erro - e do
acaso. Os pesquisadores até modificam as drogas anestésicas já
existentes, mas ninguém tem sido capaz de desenvolver uma classe
inteiramente nova de anestésicos.
Eckenhoff
e sua equipe não escaparam totalmente da tentativa e erro, mas
automatizaram esse mecanismo de procura por novos compostos
candidatos a anestésico. Essa abordagem já é largamente usada no
desenvolvimento de medicamentos em geral, mas só agora está sendo
usada para os anestésicos.
O
sistema automatizado permitiu que a equipe testasse mais de 350.000
compostos para avaliar o potencial de cada um para servir como agente
anestésico - os compostos foram testados quanto à sua capacidade
para se ligar a uma proteína-alvo, chamada apoferritina.
Dentre
os 350 mil compostos, o sistema automatizado identificou 2.600 com
fortes interações com a apoferritina. Esses 2.600 foram então
estudados em detalhes para avaliar se sua estrutura era adequada à
atividade anestésica.
Finalmente,
depois de efetuar testes em girinos e em ratos, a equipe identificou
dois compostos potencialmente anestésicos, que agora entrarão em
testes mais rigorosos.
"Os
anestésicos identificados por esta abordagem exigem mais
desenvolvimento antes que possam ser considerados para uso na sala de
cirurgia," reconhece o Dr. Eckenhoff. "No entanto, os
resultados do estudo mostram que novos anestésicos existem, e que
não precisamos nos restringir a pequenas modificações nos
medicamentos existentes."
Riscos
das anestesias
Os riscos
das anestesias são
uma espécie de tabu na área médica sobretudo porque não há
alternativas - e os riscos não justificam abrir mão dos
procedimentos médicos que salvam milhões de vidas.
Mas
o assunto vem sendo crescentemente discutido pela comunidade
científica, o que tem levado a estudos no sentido de combater os
danos que possam eventualmente ser causados pelas anestesias:
- Anestesia geral em idosos aumenta risco de demência em 35%
Fonte: Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!