Manifestação
do Dia do Trabalho é realizada no Vale do Anhangabaú, região
central de São Paulo (SP) - 01/05/2019 (Andrea
Felizolla/FramePhoto/Folhapress)
Por redação da
Veja.com
“No ato
unificado de celebração do Dia do Trabalho, nesta quarta-feira, 1º,
as principais centrais sindicais aprovaram uma greve geral, marcada
para o dia 14 de junho, às vésperas da data prevista para votação
da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Em São Paulo, no
Vale do Anhangabaú, participaram do ato a Central Única dos
Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral de Trabalhadores (UGT),
Intersindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central
Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central, Central
Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Frente Brasil Popular e Frente
Povo sem Medo. Representantes das centrais estimaram em 200.000 o
número de pessoas no Anhangabaú.
“Está aprovado.
O Brasil irá parar em defesa do direito à aposentadoria dos
brasileiros e das brasileiras. A única forma de barrar essa reforma
é fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral”, afirmou Vagner
Freitas, presidente da CUT.
Segundo Freitas, a
proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro é “cruel
com o povo”. “Se [Paulo] Guedes quer arrecadar 1 trilhão de
reais, que vá tributar os ricos e milionários que têm jatinho,
avião e jet ski. Não venha querer tirar do povo trabalhador”,
acrescentou. Para o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo,
“ou essa reforma para de tramitar ou paramos o Brasil”.
Discurso
semelhante adotou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Ele
destacou a “unidade” construída pelas centrais sindicais contra
a reforma da Previdência. “A unidade se faz na luta constante e
estaremos juntos até o fim para barrar a reforma da Previdência”,
disse.
Torres ressaltou,
ainda, a inédita união das dez centrais sindicais no ato desta
quarta-feira. “Sempre foi um sonho nosso [o ato unificado]. Por
mais divergência que a gente possa ter, a conjuntura nacional nos
levou a este momento histórico”, explicou o presidente da Força
Sindical.
Apesar do discurso
de unidade, militantes da CUT vaiaram Paulinho da Força, que
afirmou, nesta quarta-feira, que os partidos que se reúnem no
chamado Centrão discutem o apoio a uma reforma da Previdência que
não “garanta” a reeleição de Bolsonaro em 2022.
Haddad
O ex-prefeito de
São Paulo Fernando Haddad fez críticas ao governo de Jair
Bolsonaro, com quem disputou o segundo turno das eleições
presidenciais no ano passado. “O governo [Bolsonaro] está levando
à frente a agenda econômica de Temer, com corte de direitos
sociais, corte de direitos trabalhistas e corte de direitos
previdenciários”, disse.
Haddad ainda
questionou onde estavam os empregos que a oposição ao governo do PT
havia prometido. “Não era só tirar a Dilma? Cadê o emprego e a
renda? Só no mês passado perdemos 43.000 postos de trabalho com
carteira assinada”, disse o petista.
Apesar do ambiente
hostil a Bolsonaro, Haddad descartou que o mote do ato fosse um
“Fora, Bolsonaro”. Na avaliação do petista, processos de
impeachment não podem ser usados dessa forma. “Isso a gente tem de
ter muito cuidado, porque a Constituição estabelece que impeachment
tem de ter crime de responsabilidade. Não pode ser palavra de ordem.
Crime de responsabilidade é uma coisa e temos de ser estritamente
fiéis à Constituição”, afirmou.
Bolsonaro
Em meio às
manifestações contra a reforma da Previdência, o presidente Jair
Bolsonaro fará um pronunciamento, em rede nacional de rádio e TV,
por ocasião do Dia do Trabalho, nesta quarta-feira, às 20 horas.
Ele deverá relatar esforços do governo para reverter as taxas de
desemprego do país.
O presidente deve
ressaltar que as medidas econômicas que estão sendo adotadas pelo
governo têm como objetivo alavancar investimentos e a geração de
empregos.”
Fonte: Estadão
Conteúdo/ Veja.com
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