Na
semana passada, o prefeito do município assinou um termo autorizando
a mineradora a retomar suas atividades
Por Nicole
Fusco
“O
Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Núcleo de
Resolução de conflitos Ambientais (Nucam), fez uma recomendação
ao órgão ambiental da cidade mineira de Mariana para que não
autorize a retomada das atividades da mineradora Samarco, responsável
pela barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro do ano
passado, causando a morte de dezenove pessoas.
Na
semana passada, a empresa deu
o primeiro passo para voltar a operar:
a prefeitura de Mariana assinou um termo de conformidade, aprovando o
retorno da mineradora. O próximo passo seria conseguir a autorização
dos governos estadual e federal.
Rio doce invadido pela Lama com detritos de ferro. |
O
MP mineiro pediu à Superintendência Regional de Regularização
Ambiental Central Metropolitana (Supram) e ao Subsecretário de
Regularização Ambiental que não expeçam licenças ambientais ou
adotem qualquer medida que anule o embargo imposto à mineradora após
a tragédia, até que seja demonstrada total estabilização dos impactos ambientais, a contenção da lama remanescente e a adoção
das demais medidas técnicas de segurança das estruturas do Complexo
de Germano. Embora reconheça a importância das atividades da
mineradora para o orçamento municipal, principal motivo pelo qual a
prefeitura de Mariana apoia a volta da Samarco, o MP afirma que é
preciso garantir que os prejuízos causados pela tragédia sejam
reparados.
A
Supram está analisando um pedido de licenciamento feito pela Samarco
em fevereiro para renovar sua licença de operação. Como o órgão
havia apontado a ausência de um local para a empresa depositar os
rejeitos gerados, a mineradora pediu para usar duas cavas – enormes
buracos de onde os minérios são extraídos – que já existem,
como depósito. Segundo o órgão, a apreciação do pedido vai
considerar todas as discussões que envolvem o rompimento da barragem
e os prejuízos que tal medida causaria ao meio ambiente e à
população local.
Na
recomendação, os promotores apresentaram como argumento a ação
movida em abril para que a Samarco estancasse
a lama que persistia em vazar.
Na ocasião, uma perícia feita pelo Ministério Público apontou
que, somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 5 milhões
de metros cúbicos de lama vazaram da barragem de Santarém. Além
disso, a promotoria considera que a Samarco não tomou medidas
efetivas para retirar a lama depositada nas áreas dos Rios do Carmo
e Gualaxo do Norte, o que leva ao “agravamento ininterrupto dos
danos ambientais”.
A
Supram tem prazo de cinco dias para atender à recomendação ou
apresentar as justificativas para a recusa.
Governo de MG autoriza obra da Samarco que alagará parte de distrito em Mariana
Fonte:
Veja
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