“O
teste de PSA para a próstata, na verdade, não é o problema, mas
sim o que se faz com as informações que ele pode trazer e o que
fazer na sequência. Se o homem vai ao urologista, que solicita o
PSA, e esse valor é maior do que o considerado normal, aí pode
começar a enrascada, caso não esteja bem assessorado pelo
profissional escolhido.
Imagine
um homem com mais de 60 anos que vai ao clínico geral, cujo exame de
PSA vem acima dos valores de referência, que são menos que 4. Há
grande possibilidade desse médico encaminhar o paciente ao
urologista para biópsia. Estando acima dessa idade, há uma grande
possibilidade da biópsia evidenciar algum câncer.
É
bem possível então que o urologista indique cirurgia, que poderá
trazer incontinência ou impotência no pós-operatório. O que
precisa ficar claro é que cada caso é um caso, e não se devem
indicar esses procedimentos de forma automática e inquestionável se
o PSA está elevado, com presença de células cancerosas. Um
urologista criterioso certamente vai levar em conta histórico
familiar de tumores de próstata agressivo etc.
Porque comento isso?
Se
você tem o PSA elevado, pense bem antes de dar o próximo passo.
Repita o exame e peça ao seu médico que solicite PCA3, 4K e Doppler
3D colorido da próstata, antes de começar o protocolo de
tratamento, pelo qual a maioria dos homens fica impotente ou com
incontinência, e passam a viver reclamando, arrependidos.
O
descobridor do Molecule Prostate Specific Antigen (PSA), Richard
Ablin, PhD, declarou que nunca imaginou que a sua descoberta, 4
décadas depois, se tornaria um desastre de saúde pública. Apesar
do câncer de próstata ser o mais comum entre os homens, ele não é
tão mortal como o câncer de mama.
A
maioria dos casos ocorre nos homens após os 50 anos de idade e vai
aumentando o seu risco com o passar dos anos. Infelizmente, as
investigações através dos anos têm descoberto uma série de
falhas com o teste de PSA.
O
teste específico de próstata (PSA) analisa no sangue antígenos
específicos de próstata, e quando eles estão acima dos valores de
referência, a primeira hipótese é a presença de câncer.
Os
cientistas da Stanford University analisaram o tecido prostático
nestes últimos 26 anos, desde que o teste de PSA se tornou básico
no protocolo de prevenção de câncer de próstata. Eles concluíram
que, como uma amostra, o teste não indica nada mais do que o tamanho
da glândula prostática.
Além
disso, O US Preventive Services Task Force está classificando com
nota D o teste de PSA, o que significa que tem efeito moderado na
melhor das hipóteses em termo de benefícios e que os seus
malefícios superam os benefícios.
Uma
revisão de estudos mostrou que o teste de PSA tem pouca influência
ou nenhum efeito nas mortes por câncer de próstata. Segundo
estatísticas, cerca de 46% dos homens entre 50 e 59 anos tem câncer
de próstata, e essa porcentagem tende a aumentar com a idade.
Por
isso a importância da avaliação do seu urologista, que normalmente
avalia sua história clínica, antecedentes de risco com câncer de
próstata agressivo, exame de PSA, de imagem das vias urinárias,
bexiga e próstata, além do exame físico.
Há
situações que realmente o seu médico pode recomendar tratamento
cirúrgico o quanto antes, sendo que cerca de 70% optam por operar.
Isso gera uma estatística altíssima de condições desfavoráveis
no pós-operatório, como impotência e incontinência, mesmo o
câncer de próstata não sendo letal num futuro imediato. Portanto,
a simples rotina de fazer um exame de PSA pode lhe causar um
pesadelo, então lembre-se disso e procure um urologista bem
consciente.
Como
já disse, de acordo com os pesquisadores da Universidade de
Stanford, o PSA não indica nada mais do que o tamanho da sua
próstata, e tem gerado mais problemas do que soluções, com
tratamentos subsequentes desnecessários, similares aos gerados pelas
mamografias.
A
Sociedade Americana de Câncer afirma que o PSA pode se elevar por
diversas razões, como o câncer de próstata, hiperplasia benigna de
próstata, inflamação, infecção, idade e raça, fatores esses que
tornam o exame confuso.
Biopsias de próstata e suas consequências
Com
um resultado de PSA positivo, normalmente se opta por fazer a
biopsia, que é a inserção de agulhas finas na próstata.
Atualmente os especialistas estão apreensivos com a incidência
cescente de complicações nesse procedimento, como infecções de
difícil tratamento, que requerem semanas para uma solução.
Essas
agulhas coletam minúsculos pedaços de tecido prostático e podem
transportar bactérias através da parede do reto para a próstata e
corrente sanguínea. Há também o risco dessas agulhas espalharem
bactérias ruins no sangue.
Os
pesquisadores canadenses têm mostrado que recentemente aumentaram
cerca de 4 vezes essas infecções sanguíneas. Com isso, também
estão questionando os protocolos de tratamento que incluem remoção
cirúrgica da próstata e radioterapia, muitas vezes desnecessárias
para muitos homens.
Estatisticamente,
cerca de 25% das biopsias de próstata se mostram positivas sobre a
presença de câncer de próstata. Dos 75% restantes, considerados
negativos no início, acabam resultando em positivo para câncer de
próstata cerca de 25%, mostrando que a biopsia não detectou câncer
nessa porcentagem. Portanto, converse com o seu médico sobre essas
preocupações. Ele é a pessoa mais adequada para tirar suas
dúvidas, por conhecer bem o seu histórico.”
Fonte:
Dr. Rondó – “A prevenção é a melhor Medicina”.
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