Operação Calicute, da Polícia Federal, prendeu o ex-secretário de obras do Rio de Janeiro Hudson Braga na última quinta-feira (Reginaldo Pimenta/Raw Image/Folhapress) |
Hudson Braga enviou a seus auxiliares um e-mail intitulado de ‘caixinha’, em 2012
"Em
2012, o então secretário de Obras do Rio de Janeiro, Hudson Braga,
cobrou por e-mail a “caixinha” que deveria ser paga pelo então
subsecretário, José Iran Peixoto Jr., e pelo chefe de gabinete à
época, José Orlando Rabelo. Braga e Rabelo foram presos na última
quinta-feira, na operação Calicute, que levou para a prisão o
ex-governador Sérgio Cabral.
Segundo
a edição desta terça-feira do jornal Folha
de S. Paulo,
Braga fez uma reclamação ao então auxiliares por um e-mail
intitulado “caixinha”. “O prazo dos srs esgotou hoje e nenhum
de vocês dois me trouxeram nada!!! Eh lamentável eu ter que ficar
cobrando!!! Gostaria de inverter essa lógica!!! Foi minha última
cobrança!! (sic)”, diz o e-mail, enviado em 31 de agosto de 2012.
A
mensagem consta do pedido de prisão feito pelo Ministério Público
Federal (MPF). Atualmente, José Iran Peixoto Jr. é o atual
secretário da pasta e não está sob investigação – sequer é
citado nos autos.
Assim
como Braga, ele acompanhou o atual governador, Luiz Fernando Pezão
(PMDB), por toda a gestão Cabral. Pezão foi o titular da Secretaria
Estadual de Obras entre 2007 e 2011. Nesse período, Hudson Braga era
o subsecretário executivo da pasta e Iran, subsecretário de
Saneamento e de Obras Metropolitanas.
Iran
também já ocupou cargos na assessoria da vice-governadoria, quando
Pezão ocupava este posto. O arquiteto e engenheiro foi nomeado o
titular da pasta em julho de 2014, quando o peemedebista assumiu o
Estado, após a saída de Cabral.
No
dia seguinte ao envio do e-mail, Rabelo, que é apontado como
operador financeiro da quadrilha que assaltou os cofres públicos,
responde dizendo que falaria com Braga “pessoalmente sobre este
item”. Dessa vez, Iran não estava copiado na mensagem.
Para
a Procuradoria, a mensagem é uma cobrança a Rabelo “por este não
ter entregado possivelmente dinheiro oriundo de propina”. De acordo
com o MPF, Braga cobrava de empreiteiras a chamada “taxa de
oxigênio”, que correspondia a 1% dos contratos de obras no Estado.
Até
agora, o MPF tem provas de que a propina foi solicitada em três
obras: a reforma do estádio do Maracanã, as obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas e a construção do
Arco Metropolitano do Rio. O esquema foi citado por executivos das
construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia.
De
acordo com as investigações, os pagamentos ao então secretário de
Obras eram autorizadas pelo ex-secretário de Governo Wilson
Carlos. À Folha,
Iran não comentou o caso."
Fonte: Veja.com
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