Por J.J. Abdala
“O
Brasil de um ano, um ano de mudanças ao retrocesso geral, sem
ideologias de Direita ou esquerda, uma carga explosiva ao limite,
incorporada ao senhor Jair Messias Bolsonaro, uma figura da qual não
tenho nada contra muito menos a favor, apenas um impressão de que
seja um sujeito desqualificado, arrogante, idolatrado por pessoas que
dissipam o ódio entre si. Falar da figura de um Presidente da
República é uma situação complicada é permear por uma linha
tênia, aqui não posso me deixar me levar por emoções muito menos
por ideologias o crucificando, pelo risco de cair na linhagem do ódio
e me igualar a ele ou a eles.
É
mais viver é assim, a vida se torna mais leve, uma experiência, uma
experimentação de erros e acertos, não estamos aqui para
condená-lo, julgar ninguém, mas os aplausos e críticas fazem parte
de todos os governos, aqui ou acolá.
Ao
mesmo tempo contraditório ver esse homem que hoje se tornou numa
figura emblemática, carregando em seu peito a faixa presidencial da
República Brasileira, ele que se faz sozinho, por si uma figurara só
de Direita e esquerda, pois certas ideologias politicas e atitudes
contraditórias, por muitas vezes nem precisando da tal da oposição,
aquele que age por impulso, cuspindo ódio, inflamando situações,
colocando lenha na fogueira literalmente. A palavra diplomacia não
faz parte de seu vocabulário muito menos de seu governo. Porém
temos que respeitar a vontade da maioria que o elegeu de forma legal
e o levou ao poder.
Poder,
ter a capacidade de deliberar arbitrariamente, exercer a autoridade,
porém toda via com mera moderação, e o que podemos sentir
presenciar neste primeiro ano de seu turbulento governo, que essa
autoridade quase que extremamente militar, do SIM SENHOR ou NÃO
SENHOR, não nos fez caminhar muito bem.
Este
homem que briga com seu partido, que não se entende com seus
ministros, que corta ministérios, que faz articulações sombrias,
que talvez não seja tão bem vista dentro do Parlamento, vejo como
um homem de muitas palavras e poucas atitudes perde-se muito tempo em
picuinhas familiares, ou até com aqueles que hoje já são defuntos
políticos. Parece viver assombrado por um passado, onde ele como
deputado transitava sem amigos ou aliados, arrumando brigas,
agredindo seus próprios colegas parlamentares, numa espécie de
presença risível, debochada.
Às
vezes passa a impressão de que o Brasil é uma empresa familiar, uma
quitanda, a colônia das bananas. Pitacos dos filhos, mas que vem com
toda a certeza nos mostrar o tipo de sociedade que nos tornamos,
estamos mais agressivos, individualistas, acho sobre tudo
que agressões verbais e morais se tonaram a marca de seu governo.
Fico pasmo com suas declarações dadas informalmente na saída do
Palácio da Alvorada, sobre assuntos de bastidores, de cozinhas, e o
que me choca mais sobre os aplausos de apoiadores que fazem plantão
na porta do Palácio.
A
agressividade do qual trata os jornalistas que ali estão cumprindo
seu dever, de levar a notícia, sempre com respostas truculentas,
parece que leva ao lado pessoal esquecendo-se da figura da qual ele
representa a esta nação, tirando o fato do desconforto criado mundo
afora em suas falas despreparadas a outros chefes de estado,
provocando assim um mal estar entre as relações diplomáticas já
bem estabelecidas entre o Brasil e os demais países.
O
homem que devia nos representar parece estar deslumbrado ou até
mesmo alucinado com sua posição, muito assustam suas atitudes,
brigas, frases de impacto negativo, que não favorecem em nada ao
Brasil.
Ele
afirma não haver corrupção em seu governo, mas se esquece da
caótica situação das revelações vindas da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro, quando se trata de seu filho, dai vem
àquela velha frase: quem tem telhado de vidro, não atire pedra no
telhado alheio. É claro que vão atacá-lo sendo a oposição ou
não, a politica é algo muito sujo, imundo, imoral, porém aqueles
que se aventuram por ela tem que estar preparados, coisa que não
vejo ao menos neste primeiro ano de governo.
Tenho
a impressão de que a figura de Jair Messias Bolsonaro, na
Presidência da República Federativa do Brasil, ameaça em vários
sentidos o conceito estabelecido de democracia sobre vários
aspectos.”
*Artigo
de J.J Abdala, ele reside no Paraguay. É graduado em Direito, ex-diplomata e Licenciado em comércio internacional e Ciências Políticas na Universidade Católica Nuestra Señora de La Asuncion.
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