sábado, 4 de janeiro de 2020

"PRIMEIRO ANO DE DESGOVERNO"



Por J.J. Abdala 

O Brasil de um ano, um ano de mudanças ao retrocesso geral, sem ideologias de Direita ou esquerda, uma carga explosiva ao limite, incorporada ao senhor Jair Messias Bolsonaro, uma figura da qual não tenho nada contra muito menos a favor, apenas um impressão de que seja um sujeito desqualificado, arrogante, idolatrado por pessoas que dissipam o ódio entre si. Falar da figura de um Presidente da República é uma situação complicada é permear por uma linha tênia, aqui não posso me deixar me levar por emoções muito menos por ideologias o crucificando, pelo risco de cair na linhagem do ódio e me igualar a ele ou a eles.
É mais viver é assim, a vida se torna mais leve, uma experiência, uma experimentação de erros e acertos, não estamos aqui para condená-lo, julgar ninguém, mas os aplausos e críticas fazem parte de todos os governos, aqui ou acolá.
Ao mesmo tempo contraditório ver esse homem que hoje se tornou numa figura emblemática, carregando em seu peito a faixa presidencial da República Brasileira, ele que se faz sozinho, por si uma figurara só de Direita e esquerda, pois certas ideologias politicas e atitudes contraditórias, por muitas vezes nem precisando da tal da oposição, aquele que age por impulso, cuspindo ódio, inflamando situações, colocando lenha na fogueira literalmente. A palavra diplomacia não faz parte de seu vocabulário muito menos de seu governo. Porém temos que respeitar a vontade da maioria que o elegeu de forma legal e o levou ao poder.
Poder, ter a capacidade de deliberar arbitrariamente, exercer a autoridade, porém toda via com mera moderação, e o que podemos sentir presenciar neste primeiro ano de seu turbulento governo, que essa autoridade quase que extremamente militar, do SIM SENHOR ou NÃO SENHOR, não nos fez caminhar muito bem.
Este homem que briga com seu partido, que não se entende com seus ministros, que corta ministérios, que faz articulações sombrias, que talvez não seja tão bem vista dentro do Parlamento, vejo como um homem de muitas palavras e poucas atitudes perde-se muito tempo em picuinhas familiares, ou até com aqueles que hoje já são defuntos políticos. Parece viver assombrado por um passado, onde ele como deputado transitava sem amigos ou aliados, arrumando brigas, agredindo seus próprios colegas parlamentares, numa espécie de presença risível, debochada.
Às vezes passa a impressão de que o Brasil é uma empresa familiar, uma quitanda, a colônia das bananas. Pitacos dos filhos, mas que vem com toda a certeza nos mostrar o tipo de sociedade que nos tornamos, estamos mais agressivos, individualistas, acho sobre tudo que agressões verbais e morais se tonaram a marca de seu governo. Fico pasmo com suas declarações dadas informalmente na saída do Palácio da Alvorada, sobre assuntos de bastidores, de cozinhas, e o que me choca mais sobre os aplausos de apoiadores que fazem plantão na porta do Palácio.
A agressividade do qual trata os jornalistas que ali estão cumprindo seu dever, de levar a notícia, sempre com respostas truculentas, parece que leva ao lado pessoal esquecendo-se da figura da qual ele representa a esta nação, tirando o fato do desconforto criado mundo afora em suas falas despreparadas a outros chefes de estado, provocando assim um mal estar entre as relações diplomáticas já bem estabelecidas entre o Brasil e os demais países.
O homem que devia nos representar parece estar deslumbrado ou até mesmo alucinado com sua posição, muito assustam suas atitudes, brigas, frases de impacto negativo, que não favorecem em nada ao Brasil.
Ele afirma não haver corrupção em seu governo, mas se esquece da caótica situação das revelações vindas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, quando se trata de seu filho, dai vem àquela velha frase: quem tem telhado de vidro, não atire pedra no telhado alheio. É claro que vão atacá-lo sendo a oposição ou não, a politica é algo muito sujo, imundo, imoral, porém aqueles que se aventuram por ela tem que estar preparados, coisa que não vejo ao menos neste primeiro ano de governo.
Tenho a impressão de que a figura de Jair Messias Bolsonaro, na Presidência da República Federativa do Brasil, ameaça em vários sentidos o conceito estabelecido de democracia sobre vários aspectos.”
*Artigo de J.J Abdala, ele reside no Paraguay. É graduado em Direito, ex-diplomata Licenciado em comércio internacional e Ciências Políticas na Universidade Católica Nuestra Señora de La Asuncion.


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