Desfocado à esquerda, Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro à direita, o Ministro da Educação, Weintraub (graduado em economia)
“O
ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o governo
manterá a proposta de 15% de complementação da União para o Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) na nova
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que deve ser encaminhada ao
Congresso no início do ano legislativo.
Em
coletiva de imprensa após apresentação de um balanço das ações
do MEC em 2019, Weintraub confirmou que a expectativa é começar a
tramitação do zero, com instalação de nova comissão e discussões
sobre o tema.
A
proposta do governo vai prever ainda mecanismos de repasse de
recursos a partir do desempenho apresentado. O Fundeb tem vigência
até o final de 2020 e o texto relatado pela deputada Dorinha Rezende
(DEM-TO) passou por discussões ao longo de todo o ano passado. A PEC
relatada por Dorinha está em tramitação no Congresso há cerca de
três anos.
O
Fundeb é a principal fonte de financiamento da educação básica
brasileira. O fundo é composto pelos impostos de estados e
municípios e, atualmente, a União arca com 10% do montante para
complementar o valor destinado a estados que não alcançam um valor
mínimo por aluno.
A
proposta da Câmara prevê complementação de 40%, mas, segundo
fontes, o percentual deve baixar para um índice entre 25% e 30% no
relatório final.
— Acredito
na democracia. Acredito que a sociedade brasileira tem seus defeitos
e qualidades que superam seus defeitos. O brasileiro tem valores bons
e o Congresso é reflexo de tudo isso. O saldo do Congresso é
positivo e nos momentos necessários ele olha para os interesses do
país, como no caso da Previdência — afirmou.
Durante
a coletiva, o ministro apresentou dados relativos a todas as áreas
do MEC. De acordo com o órgão, 98% do orçamento discricionário da
pasta, ou seja, utilizado para custeio, foi executado no ano passado.
Weintraub
voltou a dizer que uma dos objetivos de sua gestão é melhorar as
posições do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa), que avalia estudantes de até 15 anos, mas não
estabeleceu metas numéricas em termos de aumento de pontos no exame.
O
foco do governo para aumentar a nota do Pisa são, principalmente, o
fortalecimento da alfabetização e a adesão do Brasil ao PIRLS
(Progress in International Reading Literacy Study), um exame
semelhante ao Pisa aplicado nos anos iniciais.
— Perdemos
o alunos no começo. O estudante que não faz a pré-escola e não
teve acesso a uma creche chega mal ao primeiro ano. É esse aluno que
não consegue ler e escrever e sai da escola — argumentou o
ministro. — Precisamos ir atrás desses gargalos.
Questionado
sobre possíveis mudanças nos livros didáticos, após a fala do
presidente Jair Bolsonaro sobre “suavizar” o conteúdo, Weintraub
afirmou que a função do livro não é “doutrinar”.
— A
função do livro didático é ensinar a ler, escrever, fazer conta.
A função não é doutrinar, é ensinar, como foi o Enem. Querem
saber como vai ser o livro? (A resposta é) Enem. Qual foi a questão
(do Enem) que tentou doutrinar? Zero. Pode ser de direita, de
esquerda, queremos saber se a pessoa vai ser o melhor aluno para
exercer aquela função — disse Weintraub.
Os
secretários do MEC não deram detalhes de quais serão as mudanças
propostas nos editais do Programa Nacional do Livro e Material
Didático (PNLD). O secretário executivo, Antonio Paulo Vogel,
afirmou apenas que serão “livros de ensino”. Perguntado se o MEC
identificou algum livro específico com “doutrinação” fruto da
compra dos últimos editais, o secretário não quis responder.”
Fonte: Blog da Cidadania /O
Globo
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Educação: governo Bolsonaro coloca em risco renovação do Fundeb
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