“Presidente
afirmou que 'sanção é obediência à lei' e voltou a citar risco
de impeachment”
Por
Daniel Gullino
BRASÍLIA
— "O presidente Jair
Bolsonaro voltou
a sinalizar nesta quinta-feira que irá sancionar o fundo
eleitoral de
R$ 2 bilhões, dizendo que a "a sanção é uma obediência à
lei", e afirmou que é preciso "preparar a opinião
pública" para a sua decisão.
No
fim do ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que a
tendência era vetar o fundo, proposto
pelo próprio governo. No mesmo dia, no entanto, recuou
e disse que a tendência era sancionar, alegando
que poderia ser acusado de ter cometido um crime de responsabilidade.
Nesta quinta, voltou a citar o artigo 85 da Constituição, que
afirma que "são crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição
Federal".
— O
veto ou sanção, a sanção é uma obediência à lei. Se você for
ler o artigo 85 da Constituição, se eu não respeitar a lei, estou
incurso em crime de responsabilidade. Só isso. É o que eu posso
dizer — disse Bolsonaro, sem, no entanto, confirmar que irá
sancionar o fundo: — A conclusão agora é de você.
Viu
isso?'Se
ele vai vetar sua própria proposta, é uma decisão dele', afirma
Maia sobre fundo eleitoral
O
presidente afirmou, então, que é preciso explicar isso para a
população, porque se não a imprensa iria "massacrar" e
"arrebentar" ele.
–Tem
que preparar a opinião pública, caso contrário vocês me
massacram, vocês arrebentam comigo.
Mais
tarde, em uma publicação no Facebook, Bolsonaro fez uma explicação
sobre a origem do fundo e questionou seus eleitores se dever
sancioná-lo ou vetá-lo, ressaltando que, caso vete, irá "incorrer
em crime de responsabilidade (quase certo processo de impeachment)".
O presidente destacou ainda que, caso o valor fosse de R$ 3,8
bilhões, como foi cogitado, poderia vetá-lo "sem problema
legais".
O
fundo eleitoral consta no Orçamento de 2020, aprovado
em dezembro pelo Congresso. Líderes
partidários chegaram a sugerir elevar o valor para R$ 3,8 bilhões,
mas recuaram após Bolsonaro sinalizar que poderia vetar qualquer
valor acima dos R$ 2 bilhões, previsão que consta da proposta
encaminhada pela equipe econômica.”
Fonte:
O Globo
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