Venezuelanos tentam negociar a ajuda humanitária com o exército da Venezuela |
“ONG com sede em Caracas denuncia ataque em Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros de Pacaraima, onde ao menos quatro pessoas morreram”
Por
LUIS
ROBAYO
- AFP
São Paulo / Pacaraima (Roraima) / Caracas / Cidade do México
“Venezuelanos
enfrentam militares exigindo que eles deixem a ajuda humanitária.”
“O
fechamento das fronteiras da Venezuela,
ordenado pelo presidente Nicolás
Maduro nesta
sexta, elevou o clima de tensão no país e entre os vizinhos. Já
são seis
mortos na fronteira
com o Brasil.
Na cidade venezuelana de Santa
Elena de Uairén,
a cerca de 15 km de Pacaraima, quatro pessoas foram alvejadas por
forças venezuelanas. Nesta sexta, outras duas pessoas haviam sido
mortas em Kumarakapay, a 80km da passagem de Pacaraima. A tensão do
lado colombiano também marcou este sábado.
O
Exército de Nicolás Maduro teve algumas baixas ao longo do dia, com
militares
desertando.
As
divisas venezuelanas foram fechadas às vésperas do envio da ajuda
humanitária solicitada pela oposição ao regime chavista. A
expectativa era de que remédios e medicamentos enviados pelos
Estados Unidos chegariam ao país neste sábado, 23 de fevereiro, mas
a
operação não chegou a
ser bem sucedida. O ministro Ernesto Araújo seguiu para Pacaraima
para garantir a chegada de caminhões com ajuda humanitária enviados
pelo Brasil em conjunto com os Estados Unidos. Araújo insistiu que
confia nos soldados do lado venezuelano que hoje estão fechando a
fronteira para evitar a passagem de veículos. Para ele, a queda de
Maduro é questão de tempo.
Os
venezuelanos vivem uma grave crise política há alguns anos, que
ganhou novos contornos no último mês, quando o opositor Juan
Guaidó se
autoproclamou presidente interino. O líder opositor recebeu o apoio
de vários países, entre eles o Brasil e os EUA. O agravamento da
crise provocou novos protestos nas ruas nas últimas semanas e, em
meio a este cenário, cerca de 150.000 pessoas participaram nesta
sexta-feira do Venezuela
Aid Live,
um concerto musical gratuito realizado
no limite entre a Colômbia e a Venezuela, na cidade colombiana de
Cúcuta. O evento contou com a participação de Guaidó, que estava
proibido pela Justiça de deixar seu país. Segundo ele, contudo, "as
Forças Armadas também participaram desse processo, o que pode
indicar que o apoio de militares a Maduro segue se enfraquecendo.”
Fonte:
El País
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