Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro |
"Para líder do PT, ministro da Justiça viola o Código de Ética da Administração Pública ao negar informação sobre suposto encontro com executivos da fábrica de armamentos"
Por
Redação: Rede Brasil Atual
"São
Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro,
foi acionado no Conselho de Ética da Presidência da República,
após ter se negado a responder questionamento
do Psol se
havia mantido encontro com representantes da fabricante de
armamentos Taurus antes
do decreto que facilitou a posse
de armas.
A representação foi protocolada nesta quinta-feira (14) pelo líder
do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS).
Na
representação, Pimenta diz que Moro viola a Lei de Acesso à
Informação (LAI), bem como a própria Constituição Federal, ao
desrespeitar o princípio da transparência na administração
pública.
No
pedido negado por Moro, protocolado em 18 de janeiro pelo Psol, são
solicitados os registros de entrada e saída do presidente
da Taurus, Salesio
Nuhs, e do diretor da empresa Sérgio Castilho Sgrillo Filho no
Ministério da Justiça, em janeiro e fevereiro, e nos meses
anteriores, e também no Centro Cultural do Banco do Brasil, onde
funcionou o gabinete de transição do governo Bolsonaro.
A
suspeita do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP), que fez o
requerimento de informação, é que os representantes da Taurus
tenham agido junto a Moro para redigir termos do decreto em benefício
da empresa. Moro então alegou "direito à privacidade"
para se negar a oferecer os dados solicitados.
Para
Pimenta, "um ministro de Estado não pode, a pretexto de ocultar
uma agenda que deve ser pública, alegar sigilo de um encontro
privado com quem tem interesses comerciais em face da Administração
Pública Federal". Na representação, ele diz ainda que
é do interesse da sociedade brasileira confirmar a existência do
dito encontro e serve também para que os atos dos agentes do governo
sejam devidamente fiscalizados.
Grampo e privacidade
Hoje
defensor do "direito à privacidade", o então juiz Moro
afirmou, em 2016, que "a democracia em uma sociedade livre
exige que os governados saibam o que fazem os governantes,
mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras", para
justificar o vazamento de áudios de conversas telefônicas
entre Lula e Dilma para a imprensa, em grampo
ilegal.
Agora
ministro, Moro diz que "o direito à privacidade, no
sentido estrito, conduz à pretensão do indivíduo de não ser foco
de observação de terceiros, de não ter os seus assuntos,
informações pessoais e características expostas a terceiros ou ao
público em geral".
Após
a negativa ao pedido do Psol ter sido divulgada pelo jornal Folha
de S.Paulo,
Moro atribuiu a resposta a um "setor específico" do
Ministério da Justiça, sem o seu prévio conhecimento, e também
negou ter se encontrado com os representantes da Taurus, mas não
forneceu as informações solicitadas. O Psol também encaminhou
requerimento à Câmara dos Deputados para que a Casa solicite ao
Ministério da Justiça os mesmos dados."
Fonte:
RBA – Rede Brasil Atual
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