“Quase 200 países
fecharam um acordo legalmente vinculante para reduzir o uso de gases
do efeito estufa em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado neste
sábado (15), em Kigali, capital da Ruanda.
O acordo histórico
arrancou aplausos ao ser anunciado. Ele representa um grande avanço
na luta contra mudanças climáticas.
O tratado divide os
países em três grupos, com diferentes prazos para reduzir o uso de
gases de hidrofluorcarboneto (HFC), que podem ser 10.000 vezes mais
poderosos que dióxido de carbono como gases do efeito estufa.
Estes gases são
utilizados também em frigoríficos. Estados Unidos e China, as duas
maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, estão incluídas
no acordo. "É um avanço monumental", disse o secretário
de Estado norte-americano John Kerry, ao sair da reunião Kigali, no
final da sexta-feira (14).
Sob o novo acordo, os
países desenvolvidos, incluindo muitos da Europa e os Estados
Unidos, comprometeram-se a reduzir o uso de gases progressivamente,
começando com um corte de 10% em 2019 e chegando a 85% em 2036.
Muitas nações ricas
já começaram a reduzir o uso de HFC.
Dois grupos de nações
em desenvolvimento vão congelar o uso de gases entre 2024 e 2028, e
passarão a reduzir o uso gradativamente. Índia, Irã, Iraque,
Paquistão e países do Golfo vão cumprir o último prazo.
Eles recusaram a
primeira data porque têm famílias de classe média em rápida
expansão, que querem aparelhos de ar-condicionado em seus climas
quentes, e porque a Índia tem medo de ferir sua indústria em
crescimento.
"Ano passado, em
Paris, prometemos manter o mundo seguro dos piores efeitos das
mudanças climáticas. Hoje, estamos cumprindo essa promessa",
disse o chefe de meio ambiente da ONU, Erik Solheim, em um
comunicado, referindo-se às discussões de 2015, em Paris, sobre o
clima.
O acordo vincula 197
países a uma série de medidas para ajudar a lutar contra mudanças
climáticas este mês. Semana passada, o Acordo de Paris de 2015 para
frear emissões que prejudiquem o clima passou pelos requisitos para
entrar em vigor, depois da ratificação por Índia, Canadá e
Parlamento Europeu.
Mas, diferentemente do
acordo de Paris, o de Kigali é juridicamente vinculante, tem um
cronograma muito específico e tem a promessa de países ricos em
ajudar os mais pobres a adaptarem suas tecnologias.
Uma rápida redução
de HFCs pode ser uma grande contribuição para a mudança do clima,
talvez evitando o projetado aumento médio da temperatura de até 0,5
grau Celsius na temperatura até 2100, disseram cientistas.”
Fonte: Huffpost Brasil
e Reuters
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