Jornalista da Intecept Gleen Greenwald |
Por
Leonardo Lellis – VEJA.com
“O jornalista Glenn Greenwald vai comparecer na
próxima quinta-feira, 11, na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) do Senado para esclarecer os diálogos revelados pelo site The
Intercept Brasil, do qual é editor, entre o então juiz federal
Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação
Lava Jato. O convite foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), líder da oposição na Casa.
Reportagem de VEJA em parceria com o The Intercept
Brasil mostra que Moro orientava ilegalmente ações da força-tarefa
chefiada por Dallagnol. No mais completo mergulho já feito nesse
conteúdo, foram analisadas pela 649.551 mensagens. Fora dos autos (e
dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que
incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos,
mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que
determinadas delações não andassem.
Esta não será a primeira vez que Glenn Greenwald será
ouvido por parlamentares. No último dia 25, o jornalista compareceu
à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
para falar sobre as mensagens. Na ocasião, ele afirmou que “em
qualquer país democrático” Moro sofreria consequências graves,
como perda do cargo de ministro ou proibição para exercer a função
pública.
Aos deputados presentes, Greenwald disse ainda que Moro,
atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo
Bolsonaro, não negou, em nenhum momento, a veracidade das mensagens
reveladas pelo The Intercept Brasil. “Ele disse apenas que o
material poderia ter sido alterado”, afirmou.
As mensagens foram obtidas, segundo o site, a partir de
uma fonte anônima — além de negarem qualquer irregularidade nos
diálogos, Moro e Dallagnol dizem que o vazamento é fruto de uma
ação hacker e que não é possível confirmar a autenticidade do
material. Na audiência na Câmara, Greenwald disse que “não tem
importância nenhuma” o método utilizado por uma fonte para obter
uma informação. “O jornalismo mais importante nas ultimas décadas
foi baseado em informações e documentos muitas vezes roubados”,
afirmou.”
Fonte:
Veja.com
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