Descoberta também joga luz sobre qual teria sido a primeira modalidade do gênero homo a deixar o continente (Ирина Мещерякова/Getty Images) |
"Descobertasdemonstraram que o homem
não deixou a África por volta de 1,9 milhão, mas há 2,4 milhões
de anos"
Por Agência Brasil
"Uma equipe de pesquisadores
brasileiros e italianos encontrou materiais que teriam 2,4 milhões
de anos em um sítio arqueológico na Jordânia. A descoberta
coloca novos elementos que podem mudar o conhecimento consolidado
sobre o desenvolvimento da humanidade e das dinâmicas de migração
do gênero homo a partir da África para outras regiões do planeta.
O resultado do estudo foi divulgado em uma revista científica.
Nos debates acadêmicos, a tese
predominante, em que pese polêmicas e hipóteses divergentes, dá
conta que o gênero homo surgiu há cerca de 2,4 milhões de anos na
África, tendo como primeiro representante o homo habilis. Há 2
milhões de anos, teria surgido o homo erectus.
As primeiras evidências da presença
de homo erectus fora do continente africano ocorreu em um sítio
arqueológico da Geórgia, datada de 1,8 milhão de anos.
Segundo
o coordenador da pesquisa, o professor do Instituto de Estudos
Avançados da Universidade
de São Paulo,
Walter Neves, as descobertas demonstraram que o homem não deixou a
África por volta de 1,9 milhão, mas há 2,4 milhões de anos, e
joga luz sobre qual teria sido a primeira modalidade do gênero homo
a deixar o continente.
“Nós
retrocedemos em 500 mil anos a saída da África. Isso coloca uma
pergunta: quem foi esse primeiro hominíneo a deixar a África? O
homo erectus? Fica claro que o primeiro hominíneo a deixar a África
foi o homo habilis. Veja como muda a perspectiva”, declarou Neves.
O cientista destacou que essa
descoberta ajuda a compreender algumas reflexões “nebulosas” nas
pesquisas vigentes.
“Nossa
pesquisa vai ajudar a enterrar a discussão do que fazer com essa
variabilidade tremenda que tínhamos na Geórgia. Era diferente
porque a transição entre habilis e erectus se deu na Geórgia. E
depois disso se espalhou para o resto do mundo. A gente resolve um
dos maiores pepinos da paleoantropologia dos últimos anos”, disse.
Os pesquisadores não identificaram
fósseis, mas material de pedra lascada no sítio da Jordânia.
As escavações ocorreram entre 2013
e 2015. “Na hora que um homíneo lascou. Isso quer dizer um evento
de lascamento. Elas estavam localizadas em algum ponto a 20 cm uma da
outra. É muito possível que a gente não só tenha encontrado um
sítio antigo, mas que ele tenha significado comportamental”, disse
o pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP
(Universidade de São Paulo), Astolfo Araújo.
As primeiras amostras foram pegas em
2013, sendo submetidas a um método segundo o qual pedras teriam
cerca de cinco milhões e o basalto mais baixo teria 2,5 milhões.
Lâminas coletadas
Segundo Giancarlo Scardia, da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), outros dois métodos de
datação foram aplicados em lâminas coletadas.
“Tivemos
cuidado para ter uma idade mais confiável. Os dados convergem para
um modelo que não tem incongruências”, afirmou o pesquisador, em
São Paulo."
"A íntegra da pesquisa está
publicada na revista Quaternary Science Reviews."
Fonte: exame.com/agenciabrasil
E o presidente Bolsonaro e o seu ministro da Educação, Abraham Weintraub e o da economia, Paulo Guedes querem contigenciar as universidades públicas que são a base para as pesquisa científicas no país. O Ministro da Educação coloca a aprovação da Reforma da Previdência como medida Sine qua non para o contigenciamento e para devolver autonomia universitária.
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