Presidente Jair Bolsonaro |
Não
foi a primeira vez que Bolsonaro fez críticas à OAB. Em entrevista
a rádio Jovem Pan em 28 de junho, ele disse que a instituição
teria impedido o acesso da Polícia Federal ao telefone de Adélio.
"Sobre
os vazamentos, olha o meu caso: o telefone do Adélio, por uma ação
da OAB, a Polícia Federal não pode entrar nele. Não podemos saber
com quem ele conversou naqueles dias quando tentou me matar. Que
Justiça é essa? Não quero generalizar a Justiça brasileira. Quem
está criticando ou tentando incriminar o Moro, que aliás eu não vi
nada demais (nas supostas mensagens), poderia fazer uma campanha em
cima da OAB", ele disse.
A
informação dada por Bolsonaro, no entanto, está incorreta. O autor
do atentado a Bolsonaro não teve os sigilos telefônico e bancário
protegidos pela OAB. A atuação da Ordem dos Advogados do Brasil no
caso se refere a uma medida de segurança impetrada pela organização
em favor do advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira.
No
ano passado, a PF fez uma operação de busca e apreensão no
escritório do advogado para investigar quem estaria pagando por seus
serviços e checar supostas ligações com a facção Primeiro
Comando da Capital (PCC). Documentos e aparelhos eletrônicos de
Oliveira foram levados pelos policiais.
Em
janeiro, sob o argumento de que a ação violaria o sigilo
profissional, a OAB de Minas Gerais impetrou mandado de segurança ao
Tribunal Regional Federal da 1ª Região pedindo a suspensão da
análise dos materiais. O pedido foi atendido pelo desembargador
Néviton Guedes, que proibiu a análise dos materiais até o
julgamento do mérito da ação. A Advocacia-Geral da União (AGU)
recorreu da decisão, mas o recurso ainda não foi analisado.
'Malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro'
Questionado
sobre uma
portaria publicada na última semana,
que estabeleceu condições para a deportação de estrangeiros no
Brasil, Jair Bolsonaro negou no dia 27 de julho que o texto tenha
sido motivado pela publicação de diálogos comprometedores
atribuídos a seu ministro de Justiça, o ex-juiz federal Sergio
Moro, pelo site The Intercept Brasil, fundado pelo jornalista
americano Glenn Greenwald.
"Nem
se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo. Até porque
ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil.
Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro
malandro e adota criança no Brasil", disse o presidente em
agenda no Rio de Janeiro, onde participou de uma cerimônia de
formatura de militares paraquedistas.
"Esse
é o problema que nós temos. Ele não vai embora, pode ficar
tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, não vai pegar lá
fora não."
No
Twitter, o jornalista lamentou as falas do presidente: "Não
acho que ele (Bolsonaro) entenda a Constituição e que ele não é
um juiz ou um ditador".
Em entrevista
à BBC News Brasil,
o advogado uruguaio Edison Lanza, relator especial para a liberdade
de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da
OEA, afirmou ver "com absoluta preocupação" a declaração
de Bolsonaro no sábado.
'Eu vou negar o helicóptero e mandar ir de carro?'
Na
mesma ocasião, no Rio, o presidente defendeu o uso de um helicóptero
para transportar parentes vindos do Vale do Ribeira, em São Paulo,
ao casamento do filho Eduardo Bolsonaro na capital fluminense em
maio. O trajeto foi do aeroporto em Jacarepaguá ao Santos Dumont, na
zona sul da cidade, portanto dentro do mesmo município. O caso foi
revelado pelo site G1.
"Minha
família da região do Vale do Ribeira estava comigo. Eu vou negar o
helicóptero e mandar de carro? Não gastei nada além do que já ia
gastar", disse.
Em
nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência
confirmou que o helicóptero foi usado pela família de Bolsonaro com
a justificativa de "razões de segurança": "Conforme
a Lei 13.844, de 18 de junho de 2019, o GSI é responsável por zelar
pela segurança do presidente e vice-presidente da República, bem
como de seus familiares".
No
dia anterior, questionado por um jornalista do jornal Folha de
S.Paulo sobre o uso do helicóptero, o presidente demonstrou
irritação e classificou o questionamento como "idiota".
"Com
licença, estou numa solenidade militar, tem familiares meus aqui, eu
prefiro vê-los do que responder uma pergunta idiota para você. Tá
respondido? Próxima pergunta", disse, interrompendo logo depois
a entrevista."
Fonte:
MSN
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