terça-feira, 30 de julho de 2019

Esse é o presidente Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro
"Em sua declaração hoje, o presidente questionou a atuação do órgão: "Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?"


Não foi a primeira vez que Bolsonaro fez críticas à OAB. Em entrevista a rádio Jovem Pan em 28 de junho, ele disse que a instituição teria impedido o acesso da Polícia Federal ao telefone de Adélio.

"Sobre os vazamentos, olha o meu caso: o telefone do Adélio, por uma ação da OAB, a Polícia Federal não pode entrar nele. Não podemos saber com quem ele conversou naqueles dias quando tentou me matar. Que Justiça é essa? Não quero generalizar a Justiça brasileira. Quem está criticando ou tentando incriminar o Moro, que aliás eu não vi nada demais (nas supostas mensagens), poderia fazer uma campanha em cima da OAB", ele disse.

A informação dada por Bolsonaro, no entanto, está incorreta. O autor do atentado a Bolsonaro não teve os sigilos telefônico e bancário protegidos pela OAB. A atuação da Ordem dos Advogados do Brasil no caso se refere a uma medida de segurança impetrada pela organização em favor do advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira.

No ano passado, a PF fez uma operação de busca e apreensão no escritório do advogado para investigar quem estaria pagando por seus serviços e checar supostas ligações com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Documentos e aparelhos eletrônicos de Oliveira foram levados pelos policiais.

Em janeiro, sob o argumento de que a ação violaria o sigilo profissional, a OAB de Minas Gerais impetrou mandado de segurança ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região pedindo a suspensão da análise dos materiais. O pedido foi atendido pelo desembargador Néviton Guedes, que proibiu a análise dos materiais até o julgamento do mérito da ação. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão, mas o recurso ainda não foi analisado.

'Malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro'


Questionado sobre uma portaria publicada na última semana, que estabeleceu condições para a deportação de estrangeiros no Brasil, Jair Bolsonaro negou no dia 27 de julho que o texto tenha sido motivado pela publicação de diálogos comprometedores atribuídos a seu ministro de Justiça, o ex-juiz federal Sergio Moro, pelo site The Intercept Brasil, fundado pelo jornalista americano Glenn Greenwald.

"Nem se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo. Até porque ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota criança no Brasil", disse o presidente em agenda no Rio de Janeiro, onde participou de uma cerimônia de formatura de militares paraquedistas.

"Esse é o problema que nós temos. Ele não vai embora, pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma cana aqui no Brasil, não vai pegar lá fora não."

No Twitter, o jornalista lamentou as falas do presidente: "Não acho que ele (Bolsonaro) entenda a Constituição e que ele não é um juiz ou um ditador".

Em entrevista à BBC News Brasil, o advogado uruguaio Edison Lanza, relator especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, afirmou ver "com absoluta preocupação" a declaração de Bolsonaro no sábado.

'Eu vou negar o helicóptero e mandar ir de carro?'

Na mesma ocasião, no Rio, o presidente defendeu o uso de um helicóptero para transportar parentes vindos do Vale do Ribeira, em São Paulo, ao casamento do filho Eduardo Bolsonaro na capital fluminense em maio. O trajeto foi do aeroporto em Jacarepaguá ao Santos Dumont, na zona sul da cidade, portanto dentro do mesmo município. O caso foi revelado pelo site G1.
Presidente Bolsonaro e os filhos
"Minha família da região do Vale do Ribeira estava comigo. Eu vou negar o helicóptero e mandar de carro? Não gastei nada além do que já ia gastar", disse.

Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência confirmou que o helicóptero foi usado pela família de Bolsonaro com a justificativa de "razões de segurança": "Conforme a Lei 13.844, de 18 de junho de 2019, o GSI é responsável por zelar pela segurança do presidente e vice-presidente da República, bem como de seus familiares".

No dia anterior, questionado por um jornalista do jornal Folha de S.Paulo sobre o uso do helicóptero, o presidente demonstrou irritação e classificou o questionamento como "idiota".

"Com licença, estou numa solenidade militar, tem familiares meus aqui, eu prefiro vê-los do que responder uma pergunta idiota para você. Tá respondido? Próxima pergunta", disse, interrompendo logo depois a entrevista."
Fonte: MSN  

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