O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente da República, Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters) |
"O
governador de São Paulo, João
Doria (PSDB),
criticou nesta segunda-feira, 29, a declaração do presidente Jair
Bolsonaro em
relação a Fernando Santa Cruz — pai do presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe
Santa Cruz —,
desaparecido durante a ditadura militar, quando atuava na Ação
Popular Marxista Leninista (APML), grupo de esquerda que combatia o
regime."
“É
inaceitável que um presidente da República se manifeste da forma
com que se manifestou. Foi uma declaração infeliz”, afirmou
Doria, em evento no Palácio dos Bandeirantes. “Não posso
silenciar diante desse fato. Eu sou filho de um deputado federal
cassado pelo golpe de 1964 e vivi o exílio com meu pai, que perdeu
quase tudo na vida em dez anos de exílio pela ditadura militar”,
disse o governador.
Mais cedo, Bolsonaro
criticou a OAB e Felipe Santa Cruz — que têm sido
crítico ao governo — e declarou: “Um dia, se o
presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no
período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a
verdade”, disse Bolsonaro. Em nota oficial, os advogados prestaram
solidariedade a Santa Cruz e a todas as famílias de quem foi morto,
torturado ou desaparecido ao longo da história, especialmente
durante o regime militar.
Outros
políticos criticaram a declaração presidencial. O deputado
federal Paulo
Pimenta (PT-RS)
cobrou um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do
Ministério Público Federal (MPF) e dos presidentes da Câmara,
Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. “Não podemos mais
tapar o sol com a peneira. Bolsonaro tem que ser impedido. Ele é um
criminoso que idolatra genocidas, torturadores e ditadores. Ele e seu
clã miliciano conduzem o país para um estado policial autoritário
que corrói a democracia e as instituições da República”, disse.
Fonte:
veja.com
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