domingo, 14 de março de 2021

"TUDO NÃO PASSOU (E NÃO PASSA) DE BRAVATA"

Dallagnol e Moro


Por Lucas Rafael Chianello - Advogado

"Nunca foi pente fino na corrupção.

Os áudios e conversas revelados entre Moro, Dallagnol e demais procuradores da força tarefa da operação farsa a jato demonstram que na verdade a corrupção foi praticada por aqueles que denunciaram e julgaram Lula.

Três foram os objetivos da operação farsa a jato: solidificar no Brasil a indústria do compliance; atacar judicialmente a soberania do petróleo via coordenação do Departamento de Justiça dos EUA e interditar Lula judicialmente para garantir que a direita brasileira não enfrentasse um forte adversário (sem, de nossa parte, desmerecer Fernando Haddad) no pleito eleitoral de 2018 após golpearem Dilma infamemente.

A decisão do ministro Edson Fachin analisou tão apenas a regra de competência territorial jurisdicional, o que já tinha sido arguido pela defesa do presidente Lula cinco anos antes e tornou-se matéria de habeas corpus.

Dallagnol, ex-presidente Lula e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro

Por ora, as condenações contra Lula simplesmente perderam o mérito da questão pelo fato de que segundo as leis processuais, a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o foro para que Lula fosse denunciado, processado e julgado.

Dos quatro significados de bravata no dicionário Michaelis da língua portuguesa, o quarto refere-se a “Ostentação ridícula; exibicionismo (...).”

Incrível como um dicionário genérico define a operação farsa a jato melhor que dicionários jurídicos escritos por renomados juristas.

Não haveria operação farsa a jato se as bravatas de Moro e dos procuradores da força tarefa não fossem acompanhadas de espetáculos televisivos do Jornal Nacional e por geração e controle de algoritmo em redes sociais eletrônicas, com o intuito de gerar clima de comoção na população; um claro experimento de dominação psicológica em massa.

Porém, mesmo que ainda haja água para rolar debaixo da ponte, a farsa a jato caiu de podre com o vazamento das conversas extraprocessuais entre juiz e procuradores, em tempos nos quais o Brasil paga o preço de ter elegido presidente um saudosista da ditadura que chama a pandemia do coronavírus de gripezinha e nomeou o algoz de Lula ministro da justiça.

Com as condenações anuladas, não se tem mais certidão para o deboche, não se tem mais certidão para berrar feito gralha histérica contra-a-currupissão-du-petê.

Todos sabiam que a farsa a jato não tinha a mínima consistência.


Não só procuradores e magistrados de todas as instâncias jurisdicionais, mas também boa parte dos cidadãos.

A bravata das micaretas nazi-fascistas com abadá verde e amarelo CBF deu lugar ao silêncio sepulcral de quem hoje, com vergonha, não teve vergonha de passar vergonha; de quem hoje, silente em pagar seis reais no litro da gasolina, adesivou a boca do tanque do carro com imagens jocosas da presidenta Dilma; de quem fingiu que a farsa a jato era séria para alimentar o próprio desejo de vingança.

A ascensão da extrema-direita nazi farsajatista fez do Brasil um pária internacional.

Só voltaremos a ser respeitados no mundo no dia em que derrotarmos, aqui, as bravatas dessa gentalha medíocre."

Fonte: Lucas Rafael Chianello


Lucas Rafael        

Lucas Rafael Chianello - É advogado OAB/MG 137.463  fez Direito na PUC Minas Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Poços de Caldas e é também Jornalista por saber notório, registrado no Ministério do Trabalho – MTB 14.838-MG


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