Zumbido
no ouvido
Estudo realizado pela Faculdade de Medicina (FM) da USP, coordenado pela otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, mostra que 34,7% dos pacientes atendidos no grupo têm a exposição a ruídos como uma das causas do zumbido. Segundo a especialista, esta exposição pode ser por trauma acústico (exposição rápida a som forte) ou por exposição prolongada a sons não tão fortes, mas potencialmente lesivos.
Estudo realizado pela Faculdade de Medicina (FM) da USP, coordenado pela otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez, mostra que 34,7% dos pacientes atendidos no grupo têm a exposição a ruídos como uma das causas do zumbido. Segundo a especialista, esta exposição pode ser por trauma acústico (exposição rápida a som forte) ou por exposição prolongada a sons não tão fortes, mas potencialmente lesivos.
O
levantamento foi realizado em novembro de 2007, com base no banco de dados dos
pacientes matriculados no Grupo de Pesquisa em Zumbido. No total, 897 pacientes
com zumbido foram incluídos na análise, com idades variando entre 5 e 87 anos.
Segundo a pesquisa, a procura por tratamento pelos jovens (menores de 25 anos) aumentou
cerca de 20% entre os anos de 2005 e 2007. "A incidência vem aumentando
gradativamente em crianças e adolescentes, antecipando a faixa etária acometida
por esses problemas", explica Tanit Sanchez.
Uso
excessivo dos fones de ouvido
Os dados
preliminares sugerem que o aumento do problema entre os jovens pode estar
vinculado ao uso excessivo de fones de ouvido, além de aparelhos eletrônicos,
como ipods, MP3, telefones celulares e brinquedos sonoros, que representam um
hábito mais recente entre os brasileiros. "Se a exposição ao som for
inadequada e contínua, pode comprometer a saúde auditiva de crianças e
adolescentes", ressalta. Os fones de ouvido são considerados pelos médicos
os mais prejudiciais porque carregam sons de até 120 decibéis diretamente para o tímpano,
colaborando com o aparecimento de zumbido, antes mesmo de provocar alguma perda
auditiva perceptível.
Barulho
excessivo em brinquedos
Portanto,
presentear uma criança ou um adolescente com aparelhos eletrônicos exige cuidados redobrados. Brinquedos eletrônicos à disposição no comércio
chegam a emitir ruídos de 82 a 130 decibéis - intensidades maiores do que
aquelas preconizadas para um trabalhador adulto, como alerta a médica.
Os abusos
constantes de sons altos, aliados a crescente poluição sonora, têm causado
ainda irritabilidade, insônia, falta de concentração, agitação, taquicardia e
ansiedade, entre outros sintomas.
Sintomas
da perda auditiva
Um dos
primeiros sintomas da perda auditiva é o zumbido. Ele é gerado por fatores
ambientais (estresse e má alimentação, por exemplo), além de genéticos. A perda
auditiva gera problemas de comunicação e o zumbido, quando em escalas intensas,
produz dificuldades para a pessoa se concentrar e dormir.
"Em
geral, muita atenção é dada à perda auditiva, enquanto o zumbido e a
hipersensibilidade a sons, sintomas que podem aparecer antes de danos maiores à
via auditiva, ficam em segundo plano", enfatiza Tanit Sanchez.
Causas do
zumbido no ouvido
A
pesquisadora aponta que o zumbido é um mal que afeta cerca de 28 milhões de
brasileiros. Trata-se de um som intermitente ou contínuo, fraco ou bastante
pertubador e que muitas vezes pode ser ouvido 24 horas por dia. "O zumbido
pode parecer um som de apitos, chiados, cigarras, panelas de pressão, cachoeira
ou escape de ar, entre os mais comuns", ressalta Tanit.
"O
problema pode estar associado a perdas auditivas, infecções de ouvido,
vertigens, exposição prolongada a ambientes muito ruidosos, estresse, depressão
e ansiedade", explica, advertindo que, apenas os que se envolvem com o
sofrimento dos pacientes, conseguem ter uma dimensão mais correta do prejuízo
causado na qualidade de vida. "Por esta razão, recomenda-se limitar o uso
de fones de ouvido, evitar escape do som pelo fone, não ultrapassar o volume
médio de cada aparelho e nem duas horas de uso consecutivo desses equipamentos
e ainda reduzir o consumo de doces e gorduras."
Por que e como ouvir som alto prejudica a audição?
Redação do Diário
da Saúde
Os ruídos muito elevados têm um
efeito mecânico sobre o revestimento de mielina das células nervosas,
danificando a transmissão dos sinais elétricos do ouvido até o cérebro.
|
Desgaste do ouvido?
Fones de ouvido com volume alto demais
podem não apenas comprometer a saúde auditiva, como também afetar a memória e a aprendizagem.
Medições em laboratório indicam que
alguns aparelhos tocadores de MP3 conseguem jogar nos ouvidos um ruído
semelhante ao de uma turbina de avião em pleno funcionamento.
Mas por que, e sobretudo como, ouvir
som alto danifica o ouvido?
Esta é uma resposta que só agora os
cientistas começam a elaborar com precisão. E a resposta veio acompanhada de
uma boa notícia.
Danos na mielina
Ruídos acima de 110 decibéis causam
problemas sérios de audição, incluindo surdez temporária e zumbido nos ouvidos,
mas esta é a primeira vez que os cientistas conseguiram identificar o dano
celular que causa esses efeitos.
As células nervosas que levam os sinais
elétricos - correspondentes aos sons - até o cérebro, têm um revestimento
chamado mielina.
Os ruídos muito elevados têm um efeito
mecânico sobre esse revestimento, podendo destruir ou até arrancar as células
da mielina, atrapalhando o tráfego dos sinais elétricos.
Uma exposição prolongada a esses ruídos
danifica cada vez mais a camada de mielina, o que significa que os nervos terão
uma eficiência cada vez menor na transmissão das informações auditivas até o
cérebro.
E, assim, a pessoa vai perdendo a
audição aos poucos.
Os danos ao revestimento das células
nervosas também as torna mais suscetíveis a "interferências",
eventualmente gerando o tão incômodo zumbido nos ouvidos.
Reversão da perda auditiva
A boa notícia é que pode ser possível
ajudar a recuperação das células danificadas, eventualmente restaurando a
audição.
O organismo faz isso sozinho, nos casos
da perda temporária de audição, embora o processo leve até três meses.
"Nós agora entendemos porque a
perda de audição pode ser revertida em alguns casos," disse a Dra Martine
Hamann, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
"A pesquisa nos permitiu
compreender o percurso da exposição aos ruídos altos até a perda auditiva. Além
de ajudar na prevenção, o trabalho poderá ajudar a encontrar curas para a
progressão da perda auditiva," conclui ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!