“O pedido pelo afastamento será feito de maneira coordenada com o PSOL e cerca de 300 entidades da sociedade civil."
SÃO
PAULO, SP - "A executiva nacional do PT deve formalizar
nesta sexta (15) a adesão do partido ao pedido de impeachment de
Jair Bolsonaro.
O
pedido pelo afastamento será feito de maneira coordenada com o PSOL
e cerca de 300 entidades da sociedade civil. A data está em
discussão para o lançamento do texto. Os partidos tentam ainda o
apoio do PC do B na empreitada.
Nesta
quarta (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou
mensagem em uma rede social em que dá o tom do clima dentro do
partido.
"Acho
que o Bolsonaro trabalha com a ideia de endurecer cada vez mais, de
um governo autoritário. Espero que o presidente da Câmara coloque o
impeachment em votação. Porque o Brasil não aguenta três meses do
jeito que está sendo governado", escreveu.
A
presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirma que está se
formando um consenso dentro da legenda de que chegou a hora de o PT
colocar na rua um bloco amplo de forças a favor do impeachment.
Desde que partidos de esquerda, como Rede, PDT e PSB formalizaram
pedidos de abertura de um político de afastamento na Câmara, o PT
passou a
ser cobrado pela militância por definir uma posição mais assertiva
sobre o o impeachment.
O
tema, porém, enfrentava resistências dentro da sigla, vindas do
próprio Lula que, segundo relatos, temia ser alvo de críticas que
foram desferidas aos que defenderam do afastamento de Dilma Rousseff
em 2016.
Além
disso, o PT não queria dar força a movimento que foi iniciado pela
denúncia de Sergio Moro, algoz do ex-presidente na Lava Jato.
A
bancada petista na Câmara, por sua vez, deliberou em reunião nesta
segunda (11) em consenso pelo impeachment. "É claro que um
pedido de impeachment não é resultado da boa vontade de um ou outro
partido, mas da soma de forças da sociedade. A base social de
Bolsonaro está caindo", diz Ênio Verri (PT-PR).
Segundo
o deputado José Guimarães (PT-CE), a gravação de Bolsonaro com
seus ministros e os ataques ao STF e ao Congresso, além da perda
contínua de popularidade, mostram o isolamento do presidente. Nem a
aproximação com o centrão pode ajudar.
"Eu
já vi isso antes", disse ele, referindo-se ao período anterior
ao afastamento de Dilma. "Com a mesma facilidade que o centrão
vai, o centrão volta", disse. "As duas crises vão se
juntar. Quando a crise sanitária chegar ao ponto máximo, ela vai se
bater com a crise econômica e, por isso, o governo Bolsonaro pode ir
pro brejo".”
Fonte:
Notícias ao minuto e FOLHAPRESS
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