Porte de arma
Zambelli, por ser deputada, pode ter porte de arma. Segundo, a Secretaria da Segurança, o porte de arma de Zambelli é particular e foi emitido pela PF. Em um vídeo de 2020, ela comemorou nas redes sociais ter conseguido porte de arma calibre 38. Ela tem 3 pistolas, um revólver com registro válido no Sistema Nacional de Armas (Sinarm).
Resolução de 2021 do Tribunal Superior Eleitoral proíbe o porte de armas de civis e policiais que não estejam em serviço um dia antes da eleição a "100 m (cem metros) da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar da votação ou nele adentrar sem ordem judicial ou do presidente da mesa receptora, nas 48 (quarenta e oito) horas que antecedem o pleito e nas 24 (vinte e quatro) horas que o sucedem, exceto nos estabelecimentos penais e nas unidades de internação de adolescentes, respeitado o sigilo do voto".
Para Michel Saliba, integrante da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), "é vedado a qualquer cidadão portar armas na véspera da eleição, inclusive aos que têm direito de posse e porte. O objetivo da resolução do TSE é garantir a integridade da eleição e por isso a atitude de Carla Zambelli pode ser considerada uma infração eleitoral".
Na opinião dele, no entanto, o mais grave são os crimes comuns em que ela poderia se enquadrar, como ameaça e constrangimento ilegal. Ainda que ela tenha sido ofendida verbalmente, não cabe aí a justificativa de legítima defesa por uma questão de proporcionalidade.
Nota Carla Zambelli
"Neste sábado (29), por volta das 16H45, a deputada federal Carla Zambelli (PL) foi vítima de uma agressão no bairro Jardins, em São Paulo.
O episódio aconteceu quando a deputada estava de saída de um restaurante localizado entre a Avenida Lorena com a Rua Joaquim Eugênio Lima.
“Não foi um simples pressentimento. O restaurante possui várias janelas e enquanto eu ainda estava no local com meu filho de 14 anos, observei uma movimentação estranha pelas imediações.”
Ao sair do restaurante, vários homens e uma mulher começaram a cuspir na deputada que foi chamada de filha da puta e prostituta espanhola. Testemunhas locais informaram que o grupo gritava o nome de Lula.
Após cair no chão. Numa fração de segundos, a deputada examinou o fluxo de pessoas, sacou uma arma da cintura e acelerou em direção ao agressor que entrou num bar. Não houve disparos, mas Carla ficou com hematomas nas pernas após o ataque.
A deputada federal possui registro de arma de fogo para defesa pessoal.
A Resolução do TSE que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs, ou para ingresso de armas em seções eleitorais.
Após o incidente, Carla Zambelli registrou boletim de ocorrência contra os agressores.
Na noite desta sexta-feira (28), dados pessoais da deputada Carla Zambelli e de diversos apoiadores do Presidente Bolsonaro(PL) foram divulgados em postagens do Twitter e outras plataformas. No Twitter, o perfil falso chamado @stcdados foi um dos primeiros a compartilhar o conteúdo que foi amplamente divulgado. Um dos perfis que participaram do crime foi o @anonymousSTC, que conta com vários seguidores conhecidos como Jean Willys, Manuela D'ávila e alguns jornalistas com perfil verificado.
Pouco antes do último debate presidencial, Zambelli começou a receber milhares de ligações e mensagens ofensivas de desconhecidos. Até 2h de sábado (29), o telefone havia recebido mais de 800 ligações e mais de 42 mil mensagens de whatsapp.
A deputada publicou um vídeo no seu perfil do Instagram e tranquilizou amigos e apoiadores. Na ocasião, ela mostrou algumas mensagens de ameaças que recebeu. "Foi muito rápido, um monte de números desconhecidos começou a ligar e enviar mensagens ofensivas, pornografia. Me chamavam de nazista, vagabunda, além de me ameaçar de morte com imagens de rituais de magia negra".
arla Zambelli acredita na possibilidade de o ataque ter sido planejado por aliados da campanha de Lula. "Em várias publicações eles admitem que iriam "travar" a comunicação dos aliados de Bolsonaro" na hora do debate. Ela também acredita que organizações internacionais possam estar envolvidas, e lembrou que "foi o Ministro Edson Fachin que apontou para o risco de hackers estrangeiros atuarem nas eleições de 2022".
O episódio fez com que apoiadores repudiassem a divulgação da privacidade e o ataque pesado que Carla recebeu.
Em seus perfis, Carla recebeu centenas de mensagens de eleitores, seguidores e amigos que repudiaram o ataque e desejaram força.
A deputada está encaminhando todas as mensagens para a sua equipe jurídica e garantiu que acionará a todos que participaram nas esferas penal e cível.
Divulgar dados pessoais é crime. Ameaçar e perseguir alguém, por qualquer meio, também. São crimes com previsão de penas que podem ultrapassar dois anos de reclusão. A associação de várias pessoas para a prática do crime, é um agravante que aumenta as penas previstas"."
Fonte: g1/SP
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