Camundongos com alteração genética preferiram álcool no lugar de água. Bichos que consumiram álcool tiveram até ter dificuldades em coordenar movimentos.
Pesquisadores do Reino Unido identificaram em camundongos um gene que regula o consumo de álcool e que pode causar o excesso de consumo dessa substância quando sofre determinada mutação.
O estudo analisou o comportamento de dois grupos de camundongos: os considerados normais e os com mutação genética no gene chamado Gabrb1. Diante da escolha entre água e bebida que continha 10% de álcool, os camundongos do primeiro grupo não mostraram interesse por álcool - eles beberam pouco ou nada deste líquido -, enquanto o segundo grupo preferiu consumir álcool ao equivalente a quase 85% de seu consumo diário de líquido.
Os pesquisadores mostraram que camundongos com mutações no Gabrb1 também se mostraram dispostos a trabalhar para obter a bebida contendo álcool, empurrando uma alavanca para alcançá-lo inclusive por longo período de tempo, diferentemente dos camundongos normais.
Na experiência, os roedores ainda consumiram álcool voluntariamente por uma hora para ficar intoxicados até que tiveram dificuldade em coordenar seus movimentos.
O estudo foi realizado pelo período de 10 anos por cinco universidades do Reino Unido (Newcastle University, Imperial College London, Sussex University, University College London e University of Dundee) em parceria com a Unidade de Genética de Mamíferos do Conselho de Pesquisa Médica (MRC) e publicado terça-feria (26) na revista "Nature Communications".
De acordo com o professor Hugh Perry, do Conselho de Neurociências e Saúde Mental do MRC, se as pesquisas seguintes confirmarem que um mecanismo similar está presente em humanos, elas poderiam ajudar a identificar aqueles com mais risco de desenvolver vício e a garantir que recebam o tratamento mais efetivo.
Mecanismo
A causa do consumo excessivo de álcool foi identificada por mutações pontuais em um único par de bases no gene Gabrb1, que codifica para a subunidade beta 1, um importante componente do receptor GABAA no cérebro. Segundo os pesquisadores, este receptor responde ao mais importante mensageiro químico inibitório do cérebro, o GABA, para regular a atividade cerebral. Eles descobriram que a mutação no gene fez com que o receptor seja ativado espontaneamente, mesmo quando o GABA não estava presente.
De acordo com o hepatologista consultor da Universidade de Newcastle, Dr. Quentin Anstee, as mudanças foram particularmente fortes no núcleo accumbens, região do cérebro que controla emoções de prazer e recompensa. Em nota divulgada pela Universidade de Newcastle, ele explica que na medida em que o sinal elétrico desses receptores aumenta, também aumenta o desejo de beber álcool.
O time de pesquisadores dará continuidade ao trabalho para verificar se o gene tem influência similar nos seres humanos, apesar de acreditarem que o consumo de álcool é mais complicador nas pessoas, já que entram em jogo fatores ambientais.
Fonte: G1.com/jn
Fonte: G1.com/jn
E se os pais bebem em excesso veja o resultado:
Condição que ocorre no feto (ou em recém-nascidos) devido à exposição ao etanol (no útero) quando mães consumiram álcool durante a gravidez. Caracterizada por um conjunto de defeitos congênitos irreversíveis, inclusive anormalidade física, mental e no desenvolvimento comportamental (como RETARDO no crescimento fetal, retardo mental, transtornos de déficit da atenção e do comportamento disruptivo) com graus variáveis de gravidade nos indivíduos.
De acordo com o médico Dráuzio Varella, as mulheres que consomem bebidas alcoólicas de forma abusiva estão mais suscetíveis a doenças de fígado, doenças cardiovasculares, câncer de mama, osteoporose, distúrbios psiquiátricos e, ainda, correm mais perigo de sofrer violência.
Isso acontece porque o metabolismo feminino não é igual ao masculino. Se a mesma dose de bebida (ajustada ao peso corpóreo) for administrada para indivíduos do sexo oposto, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais altos que o homem. “A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool)”, afirma o médico.
Por isso, as mulheres podem progredir mais rapidamente para o alcoolismo crônico e desenvolver doenças de fígado, por exemplo. Se você toma de 28 a 41 drinques por semana (1 drinque corresponde a 1 copo de vinho, ou 1 lata de cerveja ou 50 ml de bebida destilada) você corre risco de desenvolver cirrose 16 vezes mais do que os homens abstêmios.
E se o consumo aumenta para três drinques diários o risco de sofrer de hipertensão arterial cresce para 40%, com probabilidade de acontecer um derrame cerebral hemorrágico. E ao ingerir até cinco doses diárias você já corre o risco de desenvolver câncer de mama.
Além de doenças graves, Drauzio Varella ressalta que mulheres que bebem excessivamente também estão mais sujeitas a agressões físicas. Isso porque elas geralmente escolhem ou vivem com parceiros que também exageram na bebida.
Então, se for para a balada ou tomar uma cerveja com suas amigas no barzinho fique atenta para não entrar nesse grupo de risco. Isso porque a margem de segurança entre a quantidade benéfica de álcool e a que traz prejuízos à saúde é muito estreita para as mulheres e nem sempre fácil de ser delimitada.
Fonte: www.vencendo-o-alcoolismo.blogspot.com
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