Por que afirmar-se que o Golpe de 1964 aconteceu em 1º de abril e não dia 31 de março? Não apenas por depoimentos de gente que participou da resistência à ditadura militar, mas por questões obvias.
O levante militar começou em Juiz de Fora, MG, foi quando o general Mourão Filho convocou soldados a marcharem em direção ao Rio de Janeiro, naquela época (1964) a estrada era péssima, além de ser uma serra. Veja eram soldados jovens, como disse a Marília Pereira em entrevista a este jornal online, que morava em Juiz de Fora e acompanhou toda a movimentação na época.
Quer dizer, se o regime militar foi no dia 1º de abril, conhecido como o “dia da mentira", por este motivo que os militares instituíram o dia 31 de março como dia do Golpe Civil-Militar. E Por que golpe civil-militar, apesar de terem sido os militares a darem o golpe. Em função, de grandes empresários na época, especialmente de São Paulo e RJ, terem apoiado o golpe e também a grande imprensa, que, em princípio, apoiou o golpe militar, como: O Globo, RJ, O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo, na época, Folha de Manhã. E por que as pessoas pensaram que com os militares seria melhor, porque o país estava com uma inflação galopante, em função das reformas de base como, por exemplo, a reforma agrária de Jango não serem aprovadas no Congresso Nacional.
Dívida externa cresceu muito na ditadura militar
Mas a ditadura militar, com o “Milagre Econômico", aumentou a dívida externa, de 12 bilhões para 100 bilhões de dólares. Na época não existia o FMI, mas já havia empréstimos no exterior por meio do Bird (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento). E eram realizados pelo ex-ministro da fazenda Delfim Neto junto à França. Ele levava os "Dix pour-cents" (10%) dos empréstimos concedidos ao Brasil. E a ditadura escamoteava a inflação existente.
Mas depois, quando os censores se instalaram dentro das redações para não deixar veicular qualquer notícia verídicas que afetasse o regime militar (censura) como, por exemplo, “A Lei de Imprensa" (1967) também contribuiu para o controle das informações veiculadas pela imprensa nacional, prevendo severas punições a jornalistas e meios de comunicação. A imprensa tornar-se-iam opositoras ao regime militar, mas não podiam demonstrar a real situação do país a população.
Em 1968, com a criação do AI-5 (Ato Institucional n.º 5), pelo general Costa e Silva e aplicado com toda a crueldade pelo general Médici, que implantou "os anos de chumbo", que durou de 1968 até 1978, foi quando houve as barbáries cometidas contra as pessoas que não eram simpatizantes do regime militar. O governo Médici, o pior de todos, os governos militares, de acordo com Clarice Herzog.
E a tortura e morte de jornalistas, por exemplo, o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975 nas dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, após ter se apresentado ao órgão para "prestar esclarecimentos".
“De acordo o jornalista Audálio Dantas (*1929-2018) presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, na capital paulista, a comissão também investiga pelo menos duas dezenas de casos que resultaram em mortes de jornalistas. “A exemplo do jornalista Jayme Amorim de Miranda, da direção do Partido Comunista Brasileiro (PCB), assassinado em uma casa de extermínio, em São Paulo, e cujo corpo nunca foi encontrado”, relatou.
De acordo com a vice-presidente da Comissão de Anistia, Sueli Bellato, a intenção do estudo foi subsidiar o relatório que a comissão entregar à Comissão Nacional da Verdade, até dezembro de 2014. O estudo foi baseado em pesquisas nos arquivos do Supremo Tribunal Militar e no Arquivo Nacional, que reúne todas as informações dos órgãos de repressão. Ela lembra que os caos representam uma amostra, e diz que o número de perseguidos foi maior.
“Nós acreditamos que a própria Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) tem melhores condições do que nós [da Comissão de Anistia] para saber quais foram os profissionais [perseguidos]. Nós temos um pequeno número, se considerarmos que muitos não entraram [com o pedido de anistia], suas famílias também não entraram, nos casos dos profissionais que faleceram”, disse Sueli. Segundo ela, somente na Comissão de Anistia foram analisados mais de 200 casos de jornalistas perseguidos.
É o caso da jornalista Miriam Marreiro Malina, militante do PCB. Monitorada em 1967, por ser casada com o dirigente da Aliança Libertadora Nacional (ALN), Thomaz Antônio Meirelles Netto, Miriam exercia a atividade de repórter. Mantida presa por 50 dias, em 1973, no Rio de Janeiro, ela foi torturada, submetida a choques elétricos, espancamentos e também estuprada. Em 1974, em decorrência das perseguições, foi demitida da empresa em que trabalhava.
Outro caso emblemático é o de Iza Barreto de Salles, ameaçada de ser processada pela Lei de Segurança Nacional por entrevistar a cantora Nara Leão.
De acordo com Dantas, o material será digitalizado e disponibilizado para as comissões da Verdade dos Jornalistas, instaladas em vários estados. Além da perseguição a jornalistas, ele ressalta que as comissões também investigam as violências contra veículos de comunicação, nas pequenas cidades e nas capitais…” E nas faculdades e Universidades também tinham infiltrados como se fossem estudantes em diversas áreas, entre elas nas de jornalismo. Fonte: agênciabrasil.ebc.com.br
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