Mulher deposita buquê de flores em homenagem a mortos em atentado a mesquita em Christchurch, Nova Zelândia — Foto: Mark Baker/AP Phot
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“Primeira-ministra
da Nova Zelândia diz que leis de armas vão mudar após massacre em
mesquitas Jacinda
Ardern diz que banimento de semiautomáticas está entre itens que
irá propor. Duas armas do tipo estavam entre as cinco usadas por
assassino que matou 49 pessoas e feriu outras 48.
primeira-ministra
da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou na manhã deste sábado
(16, horário local), que as leis sobre armas serão alteradas no
país após o ataque
a duas mesquitas na sexta-feira,
no qual 49 pessoas morreram e 48 ficaram feridas.
Ardern
lembrou que o assunto já foi discutido em anos anteriores, mas
afirmou que, após este caso, não é mais possível adiar uma ação.
"Agora é a hora de mudar", acrescentou, dizendo que um dos
itens que busca implementar é o banimento de armas semiautomáticas.
Segundo
Ardern, foram apreendidas com o assassino cinco armas, entre elas
duas semiautomáticas e duas espingardas, e o homem tinha licença e
comprou todas legalmente, a partir de dezembro de 2018.
Ela
também confirmou que quatro pessoas tinham sido detidas, mas que uma
delas, embora estivesse em posse de uma arma, não tinha relação
com o ataque e por isso foi liberada.
Um
australiano de 28 anos, apontado como a pessoa que entrou atirando e
matou as pessoas na mesquita de Masjid Al Noor, ao lado do Parque
Hagley, será apresentado perante uma corte ainda neste sábado e
acusado de homicídio.
De
acordo com a primeira-ministra, ele não morava na Nova Zelândia,
mas costumava visitar o país com frequência, porém não constava
em nenhuma lista de vigilância. "Nenhum dos três indivíduos
presos estava em listas de vigilância ou tinha registro de crimes
cometidos na Nova Zelândia ou na Austrália", informou.
"Enquanto
o país lida com uma forma de raiva e tristeza que nunca
experimentamos antes, estamos buscando respostas", disse Ardern.
"Estamos todos sofrendo juntos... nosso dever é manter todos
seguros - isso não aconteceu aqui e então perguntas devem ser
feitas", acrescentou.
Policiais vasculham região próximo à mesquita alvo de atentado em Christchurch, Nova Zelândia, no sábado (16) — Foto: Mark Baker/Reuters |
O
sábado amanheceu com o país ainda chocado com a tragédia. Muitos
moradores foram até a área cercada pela polícia perto de uma das
mesquitas para deixar flores.
O
chefe do distrito de saúde de Canterbury, David Meates, disse à
imprensa local que 87 pessoas com ferimentos foram ao hospital de
Christchurch e que 20 delas têm ferimentos graves. Ele disse que é
cedo para saber se outras pessoas irão morrer por causa de seus
ferimentos, mas que há alguns casos complexos.
A
primeira-ministra disse em seu pronunciamento que médicos de todo o
país estão à disposição e que a Austrália também deve enviar
especialistas para cuidar de feridos em estado grave, caso haja
necessidade.
Osmar Nabi mostra foto de seu pai no celular. |
"Eu
preciso encerrar isso", disse Nabi ao jornal local “NZ
Herald”. ”Este não é um homem de bom sentimento”.
Ataques
Os
alvos dos ataques foram as mesquitas de Masjid Al Noor, ao lado do
Parque Hagley, e de Linwood, que estava lotada com mais de 300
pessoas, reunidas para as tradicionais orações do meio-dia de
sexta-feira.
Dos
49 mortos, 41 morreram na mesquita Masjid Al Noor, sete na Linwood e
apenas um chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu. Entre
os feridos, há crianças e adultos. O governo informou que 12 dos
feridos estão em estado grave e precisaram passar por cirurgias. O
governo da Malásia afirmou que dois dos feridos são malaios.
Resumo
- Ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia deixaram 49 mortos
- 48 pessoas ficaram feridas, sendo 20 em estado grave
- 3 pessoas estão presas; uma quarta chegou a ser detida, mas foi liberada por não ter ligação com o caso
- A polícia não informou a identidade dos suspeitos e das vítimas
- Numa das mesquitas, um homem armado com um rifle automático disparou contra a multidão
- Usando uma câmera no capacete, o assassino filmou e transmitiu ao vivo o massacre
- O Facebook eliminou as contas do criminoso e trabalha para remover cópias do vídeo
- Na rede, o homem se identificou como um australiano de 28 anos, defensor da extrema-direita e contrário à imigração
A
dinâmica dos ataques ainda não está clara. Porém, o primeiro
relato de tiros foi na mesquita de Al Noor, na região central da
cidade. Um homem com um rifle automático invadiu o prédio 10
minutos após o início das orações, que começaram às 13h30 desta
sexta-feira (22h30 desta quinta no horário de Brasília). Quarenta e
uma pessoas morreram no local.
Com
uma câmera instalada em um capacete, o assassino
conseguiu transmitir
o massacre, ao vivo, pelo Facebook.
O vídeo mostra que ele atirou indiscriminadamente contra homens,
mulheres e crianças enquanto caminhava
Segundo
testemunhas, além do capacete no qual estava a câmera, o assassino
usava óculos e um caso de estilo militar. Ele foi descrito como
branco, loiro, magro e de baixa estatura.
As
contas do assassino no Facebook e no Instagram foram removidas. O
Facebook afirmou que estava trabalhando para remover as cópias do
vídeo.
Sem precedentes
O
ataque coordenado às mesquitas de Christchurch é, de longe, o
ataque terrorista com maior número de mortos na Nova Zelândia. O
episódio anterior que chega mais perto é o chamado massacre de
Aramoana, quando um homem matou 13 pessoas a tiros após brigar com
um vizinho em 1990.
Houve
também, em 1943, um assassinato em massa num campo de prisioneiros
da 2.ª Guerra Mundial, em que guardas neozelandeses atiraram contra
presos japoneses, matando 48 deles. Um soldado neozelandês também
morreu.
A
Nova Zelândia tem uma das taxas mais baixas de morte por violência
do mundo. Entre 2008 e 2018 foram registrados no país 154 homicídios
envolvendo arma de fogo, de acordo com um balanço divulgado pela
polícia neozelandesa no ano passado.
Christchurch
é a capital da região de Canterbury, na ilha sul da Nova Zelândia.
É a terceira maior cidade do país, com mais de 370 mil habitantes.”
Fonte: G1
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