Ou seja: se seu bichano não responde quando você chama, pode ser que ele simplesmente não esteja a fim de fazer isso.
Por Ingrid Luisa - Superinteressante
“Gatos são, por
natureza, mais blasés que qualquer outro pet que você consiga
listar. É raro conquistar a confiaça de um deles de cara: até que
isso aconteça, qualquer tentativa de interação costuma ser
sumariamente ignorada.
Isso, é claro, não
significa que eles sejam menos inteligentes — e, por esse motivo,
não consigam sacar o que está acontecendo. Um estudo da
Universidade Sophia, no Japão, confirmou essa ideia ao cravar que os
felinos são capazes de reconhecer o próprio nome. Ou seja: quando
você chama seu gato e ele simplesmente ignora, é porque ele pode
estar querendo fazer exatamente isso.
Gatos domésticos
acompanham os humanos a pelo menos 10 mil anos. No entanto, como
afirma o grupo de pesquisadores japoneses, a relação entre ambos
nunca foi amplamente examinada. Estudos anteriores já mostraram que
outros animais, como cachorros, golfinhos e papagaios, demonstram
compreensão das vocalizações humanas. Mas, até então, nenhum
teste havia conseguido cravar se os felinos também eram capazes
disso – até agora.
Como todo mundo já
conhece o temperamento difícil dos gatos, a metodologia usada para
saber se eles associam vozes humanas a objetos foi diferente.
Normalmente, os pesquisadores pedem para os animais testados
reconhecerem objetos que foram nomeados e mostrados a eles antes,
para saber se os bichos conseguem associar o som à determinada
coisa.
Mas isso dificilmente
funcionaria com os gatos. Eles poderiam até reconhecer o som, mas
demandam treinos muito mais exigentes para ter a mesma resposta que
um cachorro, por exemplo. Daí os cientistas bolaram um novo teste,
mais simples, que exige menos esforço – bem como os felinos
costumam preferir.
A nova abordagem consistia
em um alto falante tocando quatro palavras (substantivos aleatórios)
seguidas pelo nome do gato, todas com a mesma entonação. A partir
disso, os cientistas observavam as respostas e os movimentos naturais
do animal por meio de gravações em vídeo, feitas em um ambiente em
que o gato se sentia confortável. Participaram do estudo gatos de
famílias comuns que viviam sozinhos ou que conviviam com outros
gatos.
Os resultados mostraram
que os bichinhos raramente faziam mais do que contrair uma orelha ou
mover a cabeça em resposta às vozes – menos de meia dúzia de
gatos-pingados (com o perdão do trocadilho) reagiram de forma mais
ativa, movimentando a cauda ou miando, por exemplo.
No entanto, a equipe disse
que os resultados, criados a partir de uma escala de quatro pontos a
partir do que cada felino respondeu, mostraram que os gatos conseguem
sim distinguir seus nomes das outras palavras.
No primeiro teste, cada
gato ouviu a voz de seu dono no auto falante. Para ter certeza de que
a relação emocional não influenciou na resposta, o experimento foi
repetido com a voz de um estranho e, em um terceiro cenário, as
vozes dos donos foram reproduzidas apenas para gatos habituados a
viver com muitos outros felinos, seja em ambientes domésticos ou em
cafés pet friendly.
A equipe relatou que, em
todos esses cenários, os gatos sabiam identificar quando seus nomes
eram mencionados. Até quando as quatro palavras aleatórias que
ouviam incluíam nomes de outros gatos que convivem juntos, os
felinos conseguiam distinguir seus próprios nomes.
Atsuko Saito, cientista
que liderou a pesquisa, acrescentou que o estudo esclarece um pouco
da relação entre felinos e homo sapiens. “Gatos entendem as
pistas humanas melhor do que muitas pessoas pensam”, disse ela.
Isso não significa, claro, que eles vão responder como os donos
esperam.”
Fonte:
superinteressante
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