Atual deputado, ex-senador, Aécio Neves (PSDB-MG)
Aécio Neves por um fio
“Joesley Batista afirma ter pago propina de R$ 2 milhões ao deputado e sua irmã em 2017. G1 pediu a posição de Aécio, e aguarda retorno”
Por
G1 SP
“A
Justiça Federal de São Paulo ratificou o recebimento de uma
denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot
ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Aécio Neves e
tornou ele réu por corrupção passiva e tentativa de obstrução
judicial das investigações da Lava Jato.
A
acusação foi feita a partir de delações de Joesley Batista, do
Grupo J&F, que afirmou ter pago propina
no valor de R$ 2 milhões ao deputado. Também
são acusados de corrupção passiva a irmã do senador, Andréa
Neves, um primo dele e um assessor parlamentar do congressista. Em
troca, ele teria prestado favores políticos a Joesley.
O G1 pediu
uma posição da defesa do deputado sobre a ratificação do
recebimento da denúncia, e aguarda retorno. Anteriormente, ele disse
que as acusações eram "absurdas" e que iria provar a
verdade (leia mais abaixo).
Em
março, o
STF bloqueou R$ 1,7 milhão em bens do deputado. O
caso estava sob investigação no STF e foi transferido para São
Paulo após o Supremo decidir que o foro por prerrogativa de função
dos parlamentares refere-se apenas a crimes cometidos no cargo e em
função dele. Aécio na época era senador e, agora, é deputado
federal.
Na
decisão, de 2 de julho, o juiz federal João Batista Gonçalves, da
vara de São Paulo especializada em crimes contra o sistema
financeiro nacional e lavagem de dinheiro, determinou que Aécio e os
outros réus sejam intimados para oferecer resposta à acusação.
Investigação
Segundo
a investigação, a irmã de Aécio e o próprio deputado pediram, em
2017, R$ 2 milhões, que foram pagos em quatro parcelas.
A
denúncia também relata que Aécio Neves, de 2016 até maio de 2017,
pelo menos, tentou impedir e embaraçar as investigações da
Operação Lava Jato, na medida em que "empreendeu esforços
para interferir na distribuição dos inquéritos da investigação
no Departamento de Polícia Federal, a fim de selecionar delegados de
polícia que supostamente poderiam aderir ao impedimento ou ao
embaraço à persecução de crimes contra altas autoridades
políticas do país".
As
colaborações indicam que Aécio Neves atuou intensamente nos
"bastidores" do Congresso Nacional no sentido de aprovar
medidas legislativas para impedir ou embaraçar a apuração e a
efetiva punição de infrações penais que envolvam a organização
criminosa.
Versão de Aécio
Ao
serem divulgados áudios e vídeos das delações premiadas dos
executivos da J&F que o citavam em 2017, o deputado disse que,
após se licenciar da presidência nacional do PSDB, a "única
prioridade" dele seria preparar a própria defesa e provar o
"absurdo" das acusações.
Aécio
afirmou que se dedicaria "diuturnamente" a provar a
inocência dele e dos familiares, para "resgatar a honra e a
dignidade" que ele diz ter.
"Aguardarei
com firmeza e serenidade que as investigações ocorram e estou certo
de que, ao final, como deve ocorrer num país onde vigora o Estado de
Direito, a verdade prevalecerá e a correção de todos os meus atos
e de meus familiares será reconhecida", conclui ele na época.”
|
Aécio Neves pediu que continussem a dar propina para ele, mesmo depois da campanha eleitoral
Fonte: G1.com
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