“Decisão abrange mais dois policiais. Em nota, governo diz ainda que foi aberto um procedimento para averiguar o caso. Estudante afirmou que revista ocorreu após relato de que alunos estavam com drogas: 'Me senti invadida'.”
Por
Sílvio Túlio, G1 GO
"O
Comando Geral da PM afastou o diretor e outros dois policiais que
trabalham no Colégio Militar João Augusto Perillo após uma
aluna denunciar que ela e colegas foram obrigados a ficarem nus nos
banheiros e passarem por revistas íntimas,
na cidade Goiás.
Em
nota na qual informa sobre os afastamentos, o Governo de Goiás
destaca ainda que foi determinada "a imediata instauração de
procedimento administrativo, objetivando apurar os fatos relatados
pelos alunos submetidos à busca pessoal".
A
revista aconteceu na sexta-feira (18) e teria ocorrido para verificar
se eles estavam com drogas após uma denúncia de que estudantes
estariam envolvido com tráfico.
“Tinha
uma policial no banheiro feminino e um policial no masculino. A gente
tinha que tirar a roupa, abaixar cinco vezes. Eu mesmo sou uma das
alunas que não quer ir para a escola pela vergonha que eu passei. Me
senti invadida”, disse a estudante que denunciou o caso e preferiu
não se identificar.
A
Secretaria Estadual da Educação (Seduc) disse que foi informada e
que acionou a Superintendência Escolar para acompanhar o caso.
Pais reclamam
A
mãe da aluna disse que nenhum pai e nem o Conselho Tutelar foram
chamados para acompanhar a revista. “Eu não tenho nada a reclamar
do ensino, mas essa conduta eu achei muito violenta com as crianças”,
contou.
A
revista teria sido feita com alunos de uma única sala, que tem quase
40 estudantes. Os pais contam que a justificativa da direção era
que receberam uma denúncia de alunos que estariam envolvidos com
tráfico de drogas.
Eles
denunciaram o caso ao Conselho Tutelar, que encaminhou um relatório
para o Ministério Público. O órgão explicou que a apuração vai
definir se a revista vai contra o Estatuto da Criança do
Adolescentes (ECA). “Eles porem crianças e adolescentes em
situação vexatória, de constrangimento, isso é crime”, disse o
conselheiro Dionísio Teodoro dos Santos."
Fonte:
G1
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