Pilotos, companheiros de Senna lamentando o acidente |
Por Lucas Rafael Chianello
"1994 foi o ano que me ensinou que nossos heróis são de barro.
Senna não vingou na Williams e o Chilavert calou o Morumbi.
Ainda que 1992/1993 tenham iniciado o crepúsculo, a decepção já era enorme antes da 3a etapa: 20 a 0 para Schumacher em Interlagos e no meio do nada no Japão.
Eu era uma criança.
Não entendia de estrutura, conjuntura, circunstância, trabalho em equipe e fator humano.
Meu pai me advertia:
"Futebol é fase."
Eu, egoísta, pensava que o mundo girava ao meu redor e ganhar para quem eu torcia era uma fatalidade.
Aprendi amargamente a perder com muito orgulho, despeito e prepotência.
Mas não me culpo.
Eu era uma criança.
O Flavio Gomes viveu muitas coisas antes disso.
Eu vivi muitas coisas depois disso que me ensinaram que a realidade é implacável, não adianta lutar contra ela.
E que muitas vezes a beleza das coisas está em entender como elas ocorreram para que não fossem como queríamos que fossem.
Identifico-me com Ímola 1994 porque ao vivo, no caso do Flavio Gomes, e da TV, no meu caso, a F-1 nos fez viver muitas sub-histórias enquanto construía a sua.
E da mesma forma que Hamilton, Schumacher e Senna construíram as suas, nós podemos construir as nossas sem que necessariamente sejamos máquinas infalíveis estabelecedoras e rompedoras de recordes de alto nível.
Airton Senna se tivesse seguido sua intuição, não teria corrido no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola |
"Há os que escolhem uma vida de rotina, tranquila, e há aqueles que arriscam suas vidas, e fazem isso de um modo bem consciente. E um dia o final da corrida vem, vem para cada um de nós". "
Leiam!
Lucas Rafael Chianello |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!