Wagner Moura |
Por Monica Bergamo - Folha de S. Paulo
"SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após ter a estreia adiada por duas vezes desde 2019, por conta de imbróglios com a gestão da Ancine (Agência Nacional do Cinema) sob o governo Bolsonaro, "Marighella", de Wagner Moura, foi exibido pela primeira vez em São Paulo na noite desta sexta (29). O longa conta a história do guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado pela ditadura.
"Uma produção cultural, independentemente do que você acha de Marighella, tem direito de existir" disse Moura à coluna.
Antes da exibição do filme aos convidados presentes à pré-estreia no Espaço Itaú Bourbon Pompeia, o diretor fez um pequeno discurso. "É um absurdo ter que lutar contra o governo federal para estrear no seu país", disse Moura. "É um filme de amor, feito para o público brasileiro, sobre os que resistiram [à ditadura] e os que estão resistindo hoje no Brasil. Fora, Bolsonaro!", gritou o baiano, sob aplausos.
O cantor e ator Seu Jorge, que interpreta o guerrilheiro Carlos Marighella no filme, diz que a demora do lançamento da obra foi "de uma brutalidade imensa". E afirma que foi uma oportunidade de "reconexão com meu país, minha gente, com as causas desse povo".
Os atores Adriana Esteves, Bruno Gagliasso e Humberto Carrão, entre outros nomes do elenco, também participaram da pré-estreia.
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) estava na plateia, ao lado de sua esposa, Ana Estela. "Eu vi esse filme há dois anos e tô emocionado de lembrar o que ele representa [em termos] de resistência ao arbítrio e de luta pela liberdade", afirmou. "É muito oportuno para o momento em que vivemos lembrar que há brasileiros que não aceitam vivem sob o jugo de ninguém."
Haddad não poupou elogios a Wagner Moura, conhecido principalmente por seus trabalhos como ator. "Ele é um brilho. Um gigante da cultura brasileira, projeta o nome do Brasil no exterior", disse.
O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e ex-candidato a prefeito de SP pelo PSOL Guilherme Boulos também compareceu à pré-estreia. "Esse filme foi censurado, atacado vítima da guerra ideológica bolsonarista então é muito simbólico ter esse momento [de estreia]", afirmou.
O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) e a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, também estiveram no evento.
O filme, inspirado na biografia "Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo" (ed. Companhia das Letras), do jornalista Mário Magalhães, chega ao circuito comercial no dia 4 de novembro."
Fonte: Folha de S. Paulo
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