Jair Bolsonaro durante evento com embaixadores no Palácio da Alvorada — Foto: TV Brasil/Reprodução |
"Plataforma havia retirado do ar outro conteúdo com ataque similar feito pelo presidente em 2021; desta vez, a empresa alega que não foram encontradas violações às políticas de comunidade no vídeo desta segunda-feira (18)."
Por Paola Patriarca, g1
"O YouTube decidiu que vai manter o vídeo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que repete ataques sem provas às urnas eletrônicas, durante reunião com embaixadores de pelo menos 40 países na segunda-feira (18).
Durante a apresentação no Palácio da Alvorada e transmitida ao vivo no Youtube, Facebook e na emissora estatal TV Brasil, Bolsonaro afirmou que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável por não ser possível de ser auditado.
A segurança do sistema já foi certificada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) declarou que não há qualquer registro de fraude nas urnas eletrônicas desde a implantação do sistema, há 26 anos; e manifestou confiança na lisura do processo eleitoral.
A Associação Nacional dos Procuradores da República afirmou que a disputa eleitoral não pode servir de instrumento para descredibilização das instituições e muito menos para disseminação de informações inverídicas para confundir o eleitorado.
Já a Associação de Magistrados Brasileiros declarou que os juízes e juízas eleitorais vão prosseguir firmes pela ocorrência de eleições pacíficas e ordeiras. Deputados da oposição pediram ao Supremo Tribunal Federal que autorize uma investigação.
"Só dois países do mundo usam esse sistema eleitoral nosso. Vários outros países ou não usam ou começaram a usá-lo ou chegaram à conclusão que não era um sistema confiável porque ele é 'inauditável'. No Brasil não tem como acompanhar a apuração. Não sei o que vem fazer observadores aqui. Vão fazer o que? Vão observar o que? Se o sistema é falho, segundo o próprio TSE. É 'inauditável' também, segundo uma auditória externa pedida pelo PSDB em 2014", afirmou.
As declarações do presidente repercutiram na imprensa internacional, que comparou o discurso do dele com o do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Até aliados viram a reunião com embaixadores como um "tiro no pé" e um "vexame", conforme relatou a colunista Andreia Sadi.
Mesmo o conteúdo sendo similar ao da live do dia 29 de julho de 2021, que foi retirada pela plataforma na última segunda (veja mais abaixo), a empresa afirmou ao g1 que as falas do presidente aos diplomatas não violaram a política da comunidade.
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