Células com câncer (Veja) |
Esta matéria fui publicada em 2012 pela revista Veja.
"Estudo feito em camundongos mostrou que o stress e fatores emocionais contribuem para o surgimento tipos mais agressivos da doença"
"Ansiedade
e stress podem estar ligados ao surgimento de tipos de câncer mais
graves, de acordo com uma nova pesquisa feita com animais e publicada
nesta quarta-feira no periódico PLoS
One.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford,
nos Estados Unidos, mostrou que, entre os camundongos que foram
expostos a raios ultravioletas, os mais ansiosos foram os únicos a
desenvolverem um tipo mais agressivo da doença.
De acordo com os autores
da pesquisa, é importante diferenciar o stress ‘bom’ do ‘ruim’.
O primeiro é aquele que motiva o funcionamento do sistema
imunológico, preparando o corpo para enfrentar doenças, e pode ser
exemplificado pela ansiedade antes de uma apresentação importante
no trabalho. Já o stress ‘ruim’ rompe a capacidade de o
organismo lutar contra esses ‘inimigos’ e enfraquece o corpo.
A
pesquisa – Para
avaliar a ansiedade dos animais, os cientistas realizaram
experimentos em camundongos, colocando-os em situações em que eles
tinham que cumprir uma tarefa ao mesmo tempo em que precisavam fugir
de algum elemento que apresentava perigo. Após serem classificados
como ansiosos ou não, os camundongos, que não tinham pelos, foram
expostos a raios ultravioleta em sessões de dez minutos cada, três
vezes por semana e ao longo de dez semanas. Essa exposição é
semelhante a de seres humanos que passam muito tempo ao sol, de
acordo com a pesquisa, o que permite que o modelo de câncer criado
se assemelhe ao de humanos.
Embora todos os
camundongos tenham eventualmente desenvolvido câncer de pele – o
que já era esperado – os animais que foram classificados como os
mais ansiosos tiveram mais tumores e foram os únicos a serem
acometidos por formas agressivas da doença. Além disso, eles
mostraram uma resposta imunológica mais fraca em frente ao câncer
do que os outros.
“O
diagnóstico e o tratamento do câncer geram stress e ansiedade, mas
esse estudo mostra que esses fatores podem também acelerar a
progressão da doença, acarretando um ciclo vicioso”, diz Firdaus
Dhabhar, coordenador do estudo, que chama a atenção para o fato de
que a pesquisa ainda deve ser realizada em humanos para que as
conclusões sejam consistentes.
Segundo o cientista, o próximo passo
de sua equipe será analisar os efeitos positivos da redução do
stress e da ansiedade no tratamento de pessoas diagnosticadas com
câncer. “Nós realmente pretendemos aproveitar a mente e o corpo
do paciente para fazer tudo o que a medicina pode para conseguir o
sucesso do tratamento”.”
Fonte: Veja
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