quinta-feira, 31 de março de 2022

História do Brasil: é bom relembrar para que nunca mais se repita!

Pau de Arara, onde eram colocados homens e mulheres a favor da democracia!

Por Ana Lúcia Dias    

Para quem não sabe o golpe militar de 1964 no Brasil aconteceu em 1º de abril, 

(Dia da Mentira) talvez por este motivo os militares insistam em colocar o golpe, chamado por eles de "Revolução", no dia 31 de março.

Essa foto retrata o "Pau de Arara", que era acompanhado de choques elétricos, nos órgãos genitais dos homens e mulheres, que ficavam nus, imagine as mulheres nuas naquela época, era uma questão de pudor para elas mesmas, com homens encapuzados xingando-as com palavras de baixo calão. Havia outros tipos de tortura institucionalizada, ou seja, com o conhecimento do Estado, como  cigarros que eram fincados na pele dos torturados, nesse pau de arara aplicava-se as piores torturas com objetivo de que delatassem os companheiros (as). Mas de acordo com um entrevistado que não quis que seu nome fosse divulgado: "as mulheres eram muito mais fortes que os homens, mesmo sob tortura, jamais delatavam os companheiros". Ele que torturou a "Ana Beatriz", uma mulher que foi trocada com mais 14 companheiros(as) pelo embaixador norte-americano sequestrado, Charles Elbrick.

Fonte: TV Brasil

A partir do Ato Institucional nº 5, o AI-5, que foi instituído pelo General Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968, mais aplicado com toda a convicção pelo General Emílio Garrastsu Médici  que assumiu o poder depois da morte por AVC – Acidente Vascular Cerebral, em 31 de agosto do general Costa e Silva que veio a falecer em 17 de dezembro de 1969. Com todo apoio dos militares foi criada a OBAN – Operação Bandeirantes, com a participação de empresários, em especial os paulistas, que assistiam as torturas nos criados os DOI-CODIs – Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna.  Órgão, criado durante a ditadura militar brasileira, que tinha como finalidade reprimir, prender e torturar todos os indivíduos que, de alguma forma, fossem contrários ao regime. Os Doi-Codis existiam em todo o país, mas em São Paulo, o da rua Tutoia ficou o mais famoso, em especial por ocasião da morte por tortura do Jornalista Vladmir Herzog, em outubro de 1975. E de muitas pessoas torturadas. "Bastavam ver você com uma sandália de couro e uma bolsa de lona verde, que já era motivo para te levar presa", depoimento de Cida Kopik, em entrevista  à Guerrilhas da Memória.  

Fonte: TV Folha

Os agentes do DOI-CODI, que  foram instruídos pela National War College – instituição responsável por aprisionar combatentes que eram contrários à hegemonia dos EUA na Guerra Fria.  Mesmo assim eram desorganizados. O que não faltou foi o "requinte", como disse Crimeia de S. de Almeida (que foi presa no 6º mês de grávidez, em SP após ter voltado da Guerrilha do Araguaia) das torturas no Brasil. Eles até colocavam os filhos, que eram sequestrados para ver os país sendo torturados ou depois da tortura, como contou Amelinha de Almeida Telles em uma entrevista há cerca de 30 anos para o Guerrilhas da Memória. 

Antes do AI-5 havia o DOPS – Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), que continuou existindo em todo o país durante 21 anos da ditadura militar no Brasil (1964-1985) criado em 30 de dezembro de 1924, foi um órgão do governo brasileiro utilizado principalmente durante o Estado Novo e mais tarde na Ditadura Militar. O órgão, que tinha a função de assegurar e disciplinar a ordem militar no país, foi instituído em 17 de abril de 1928 pela lei nº 2034 que tratava de reorganizar a Polícia do Estado. (Fonte: Wikipédia) Havia a tortura, mas ao menos você era fichado e podia consultar um "advogado", no DOI-Codi era bem diferente, raramente se saía vivo, ou sem alguma sequela, principalmente psicológica, tanto que várias pessoas depois de passarem por tortura nos Doi-Codis suicidaram-se.

Vale lembrar que o golpe de 1964, partiu de Juiz de Fora, MG na madrugada de 31 de março de 1964 sob o comando do general Olímpio Mourão Filho, chegando ao atual Rio de Janeiro, antes estado da Guanabara, no dia 1º de abril. 














"Soldados sob o comando do general Mourão Filho se deslocam na madrugada de 31 de março de 1964 para depor o presidente João Goulart, no estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro"  – Foto: arquivo do Estado de MInas - EM 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é sempre bem-vinda!