Alberto Fujimori |
Por Ana Lúcia Dias
Alberto Fujimori, ditador no Peru, foi condenado a prisão por crimes contra a humanidade, mas não chegou a cumprir todo o tempo de prisão, foi libertado em 2023 em função de um câncer na língua. Foi presidente por uma década do Peru, praticou um autogolpe de Estado 1990-2000. Ele teve um governo polêmico e em uma época em que não havia ditaduras declaradas na América do Sul.
Perseguiu e desapareceu com oponentes como fizeram e fazem todas as ditaduras no mundo |
"No dia 5 de abril de 1992, dois anos após ser eleito sem maioria no Legislativo, Alberto Fujimori aplicou um autogolpe em seu governo: dissolveu o Congresso peruano, neutralizou seus opositores, interveio no Judiciário e concentrou todos os poderes em suas mãos.
Fujimori passou, então, a comandar um regime de exceção com um alto apoio popular, de cerca de 80% da população peruana. Ele contava também com o respaldo das Forças Armadas em seu governo.
O sistema de justiça peruano o processou durante anos para fazê-lo responder pelos seus casos pendentes. Fujimori renunciou à presidência do Peru em 2000 por meio de um fax e deixou o país. Ele passou a viver no Japão graças à sua dupla nacionalidade. Em 2005, no entanto, Fujimori foi detido durante uma visita ao Chile e foi extraditado em 2007, quando foi preso.
Em 2009, o Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a Humanidade durante seu mandato. Com isso, ele se tornou o primeiro ex-presidente da América Latina a ser julgado e condenado em seu próprio país por crimes contra os direitos humanos.
Fujimori foi acusado de ordenar que um esquadrão da morte conhecido como Grupo Colina cometesse os dois massacres: o primeiro ocorreu em 1991, no bairro Barrios Altos, em Lima, e a segunda, em 1992, na Universidad de la Cantuta, também na capital.
No massacre do bairro de Barrios Altos, agentes do Serviço de Inteligência do Exército peruano encarregado de execuções extrajudiciais confundiram a multidão com integrantes do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso e abriram fogo. A operação deixou 15 mortos e quatro feridos.
No massacre da Universidad de la Cantuta, membros do Grupo Colina sequestraram e mataram nove estudantes e um professor. Os agentes entraram na instituição de ensino e executaram as vítimas, carbonizando seus corpos e os enterrando nos arredores de Lima.
Fujimori também foi condenado por participação nos sequestros do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer, ambos em 1992.
Além dos casos, envolvendo direitos humanos, Fujimori também foi condenado por um escândalo de corrupção em seu governo, envolvendo espionagem, suborno e compras ilegais.
Apoiadores de Fujimori destacam o sucesso de sua política econômica na batalha contra a hiperinflação que atingia o Peru quando ele chegou ao poder, e que sob seu comando ocorreu a derrota da guerrilha maoísta Sendero Luminoso.
Os críticos ao ex-presidente enfatizam seu caráter autoritário e lembram que, em 1992, ele realizou um autogolpe que levou ao fechamento do Congresso peruano, além de citarem violações dos direitos humanos perpetradas por agentes do Estado na luta anti-Senderista e escândalos de corrupção que marcaram o fim do seu governo." Fonte: g1/Mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é sempre bem-vinda!