RIO — "O governo
divulgou na quinta-feira (22) o texto da Medida Provisória que vai
reformar o ensino médio. As principais mudanças apontadas no texto
são o aumento da carga horária mínima anual, que passa das atuais
800 horas para 1.400 horas, e a flexibilização do currículo. Os
conhecimentos gerais, guiados pela Base Nacional Curricular Comum,
deverão ocupar no máximo 1.200 horas de todo o ensino médio. No
tempo restante, os alunos poderão seguir diferentes “itinerários
formativos”, com ênfase em diferentes áreas do conhecimento.
TURNO INTEGRAL
Uma das principais
mudanças é a ampliação progressiva da carga horária anual
mínima, que passará das atuais 800 horas, distribuídas por um
mínimo de 200 dias letivos, para 1.400 horas, “observadas as
normas do respectivo sistema de ensino e de acordo com as diretrizes,
os objetivos, as metas e as estratégias de implementação
estabelecidos no Plano Nacional de Educação”.
Para contemplar esta
mudança, os colégios terão que obrigatoriamente instituir o turno
integral. O texto destaca que a carga horária deverá ser
“progressivamente ampliada”, o que dá tempo para que as redes de
ensino se adéquem à medida, mas abre espaço para que a
implementação seja retardada.
ALTERAÇÃO
NO CURRÍCULO
A MP também faz
profundas alterações no currículo dos alunos. Em vez das atuais 13
disciplinas obrigatórias, os estudantes seguirão a Base Nacional
Comum Curricular (ainda em discussão) e poderão seguir por
diferentes “itinerários formativos”, com ênfase nas áreas de
linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e
formação técnica e profissional.
A carga horária
destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não
poderá ser superior a 1.200 horas da carga horária total do ensino
médio. A expectativa era que o Ministério da Educação
determinasse que 50% do currículo fosse ocupado pelas disciplinas do
currículo básico, que pelas discussões atuais somam 12
disciplinas.
SEM
ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA
O texto não define
explicitamente como os conteúdos deverão ser apresentados, mas
ressalta que o “ensino de língua portuguesa e matemática será
obrigatório dos três anos do ensino médio”. Artes e Educação
Física, que eram obrigatórias para todos os níveis do ensino
básico, passam a ser obrigatórias apenas nos ensinos infantil e
fundamental.
“A parte diversificada
dos currículos, definida em cada sistema de ensino, deverá estar
integrada à Base Nacional Comum Curricular e ser articulada a partir
do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural”,
diz o texto.
APROVEITAMENTO
NA FACULDADE
Com o novo sistema de
educação por ênfase em áreas do conhecimento, conteúdos cursados
durante o ensino médio poderão ser “convalidados para
aproveitamento de créditos no ensino superior”, mas isso depende
de normatização do Conselho Nacional de Educação e homologação
pelo Ministério da Educação.
O texto abre espaço para
novos formatos de aproveitamento da carga horária. Atualmente, o
ensino médio é dividido em três anos de ensino. Com as novas
regras, será possível organizar o currículo em módulos ou adotar
o sistema de créditos ou disciplina, como acontece nas
universidades.
Para os sistemas de
ingresso nas universidades, no caso, vestibulares e Enem, serão
considerados “exclusivamente as competências, as habilidades e as
expectativas de aprendizagem das áreas de conhecimento definidas na
Base Nacional Comum Curricular”.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
No lado da atuação dos
professores, a MP traz um ponto polêmico ao abrir espaço para
“profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos
sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua
formação”. Os currículos dos cursos de formação de docentes
terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.”
Fonte:
Agência O Globo
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