Estudante Deborah Fabri, atingida durante protestos no dia 31 de agosto (Foto: Mel Coelho/Mamana Foto Coletivo) |
Por Jamil
Chade,
O Estado de S.Paulo
“ONG
Conectas se pronunciou diante do Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas em Genebra, pedindo que a entidade cobre explicações
das autoridades brasileiras”
GENEBRA
- "A Polícia Militar de São Paulo é alvo de uma denúncia na ONU.
Nesta segunda-feira, a ONG Conectas se pronunciou diante do Conselho
de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, pedindo que a
entidade cobre explicações das autoridades brasileiras.
No
discurso, os ativistas criticaram "o crescente processo de
criminalização do direito de protesto no Brasil". A
intervenção ainda citou o fato de que a violência da polícia fez
várias vítimas, entre elas a jovem Deborah Fabri, de 19 anos. Ela
perdeu a visão do olho esquerdo por conta de um estilhaço de bomba.
"O
Brasil vive um momento político conturbado após o afastamento
definitivo da Presidente Dilma Rousseff. As ruas de várias cidades
do país têm se tornado o principal espaço de manifestação das
pessoas que reclamam por novas eleições ou denunciam propostas do
Governo de Michel Temer que representam graves retrocessos em matéria
de direitos humanos", disse a ONG.
"Em
reação aos protestos de larga escala que estão ocorrendo, o Estado
brasileiro tem utilizado suas forças de segurança para reprimir as
manifestações violentamente", acusou.
"No
estado de São Paulo, onde os protestos de rua têm sido os mais
numerosos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) reprimiu com
truculência os manifestantes. Vários manifestantes foram feridos",
disse.
A
ONG ainda alerta que, quatro dias após tal episódio, "a mesma
polícia sob comando do governador Alckmin realizou uma operação de
grande porte detendo ilegalmente 26 jovens, sendo 8 menores de
idade". "Depois das prisões, os jovens foram deixados
incomunicáveis por 6 horas, sem contato com suas famílias ou
advogados. A detenção foi declarada ilegal pela justiça",
declarou.
A
Conectas ainda denunciou na ONU que um oficial do exército "se
infiltrou num grupo de manifestantes ocultando sua identidade".
"Essa prática remete às épocas mais obscuras da história de
nossa região. A sociedade e a comunidade internacional devem reagir
condenando o fato com veemência", declarou.
"Pedimos
que este Conselho se pronuncie contra a restrição ilegítima do
direito de protesto no Brasil e que o Alto Comissariado incida para
evitar esse retrocesso de valor imensurável", completou.
Em
resposta, a diplomacia brasileira indicou que os incidentes estão
sendo investigados. "Se exageros ocorreram, os autores serão
processados", garantiu o Itamaraty. "O governo brasileiro
defende o Estado de Direito, de acordo com princípios democráticos",
completou a diplomacia, lembrando que o País reconhece plenamente o
direito à liberdade de expressão e manifestação.
A
denúncia contra o Brasil acontece a poucas semanas da votação na
ONU para escolher os novos membros do Conselho de Direitos Humanos. O
Brasil faz campanha do governo para garantir sua eleição.
"O Brasil vive um
momento político conturbado após o afastamento definitivo da
Presidente Dilma Rousseff. As ruas de várias cidades do país têm
se tornado o principal espaço de manifestação das pessoas que
reclamam por novas eleições ou denunciam propostas do Governo de
Michel Temer que representam graves retrocessos em matéria de
direitos humanos", disse a ONG.
"Em
reação aos protestos de larga escala que estão ocorrendo, o Estado
brasileiro tem utilizado suas forças de segurança para reprimir as
manifestações violentamente", acusou.
"No
estado de São Paulo, onde os protestos de rua têm sido os mais
numerosos, o governador Geraldo Alckmin reprimiu com truculência os
manifestantes. Vários manifestantes foram feridos", disse.
A
ONG ainda alerta que, quatro dias após tal episódio, "a mesma
polícia sob comando do governador Alckmin realizou uma operação de
grande porte detendo ilegalmente 26 jovens, sendo 8 menores de
idade". "Depois das prisões, os jovens foram deixados
incomunicáveis por 6 horas, sem contato com suas famílias ou
advogados. A detenção foi declarada ilegal pela justiça",
declarou.
A
Conectas ainda denunciou na ONU que um oficial do exército "se
infiltrou num grupo de manifestantes ocultando sua identidade".
"Essa prática remete às épocas mais obscuras da história de
nossa região. A sociedade e a comunidade internacional devem reagir
condenando o fato com veemência", declarou.
"Pedimos
que este Conselho se pronuncie contra a restrição ilegítima do
direito de protesto no Brasil e que o Alto Comissariado incida para
evitar esse retrocesso de valor imensurável", completou.
Em
resposta, a diplomacia brasileira indicou que os incidentes estão
sendo investigados. "Se exageros ocorreram, os autores serão
processados", garantiu o Itamaraty. "O governo brasileiro
defende o Estado de Direito, de acordo com princípios democráticos",
completou a diplomacia, lembrando que o País reconhece plenamente o
direito à liberdade de expressão e manifestação.
A
denúncia contra o Brasil acontece a poucas semanas da votação na
ONU para escolher os novos membros do Conselho de Direitos Humanos. O
Brasil faz campanha do governo para garantir sua eleição.”
Fonte: Estadão
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