segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Falta de sono pode indicar outras doenças

"Segundo a neurologista Márcia Assis, a insônia pode ser sinal de outras doenças como ansiedade, estresse agudo, depressão, bronquite, fibromialgia e artrite reumatoide. “Até um refluxo gástrico pode atrapalhar o sono”, ressalta a especialista."

"Por isso ela aconselha que antes de fazer um diagnóstico “ca­­seiro”, a pessoa procure um médico e faça exames específicos. A apneia do sono e o ronco, diz a neurologista, também podem ser responsáveis por um sono não restaurador. Nesses casos, o ideal é realizar uma polissonografia (exame para avaliação do sono), para constatar se há ou não esse problema. “Remédios para pressão alta e bronquite também podem estragar o sono”, lembra a médica. (IR)
Que uma noite maldormida nos deixa com pouca atenção e cansados no dia seguinte, todo mundo sabe. Imagine então quando a situação se estende por duas, três ou várias noites seguidas. Um mês com dificuldades para pegar no sono e dormir pouco já configura insônia crônica, problema que atinge 30% da população mundial. E, a propósito, o tempo médio de sono vem diminuindo em todo o mundo. No início do século 20, a média era de nove horas. Atualmente, fica em sete horas.
Dificuldade para emagrecer, prejuízos para a memória e comprometimento no crescimento são alguns dos efeitos da insônia. Há ações preventivas que podem ser adotadas (veja infográfico), mas quando elas não funcionam é necessário buscar ajuda.
O primeiro passo para recuperar o sono é fazer uma análise do que pode estar atrapalhando. Alguns inimigos comuns de uma boa noite de sono são conhecidos: assistir à televisão ou ficar no computador até tarde, praticar exercícios físicos durante a noite, deixar o quarto com uma temperatura muito elevada ou muito baixa, ingerir de alimentos e bebidas estimulantes depois das 18 horas (café, chocolate e refrigerantes com cafeína) e dormir em horários muito distintos durante a semana.
O quarto não deve ser vinculado com outras atividades. É para dormir e relaxar”, ressalta a neurologista Patrícia Coral. Compensar noites maldormidas não é indicado, diz a também neurologista Luciana Palombini. “Só vai contribuir para desregular mais o sono.”

Depois, é necessário incorporar medidas de “higiene do sono”, evitando todos os maus hábitos citados. Terapia cognitivo-comportamental é um tratamento eficaz, caso o problema seja ansiedade. Outras técnicas de relaxamento, que envolvem respiração, ajudam. Quando a insônia não tem causa aparente, são utilizados medicamentos, desde indutores do sono até antidepressivos. Porém devem ser evitados. 

Os benzodiazepínicos (ansiolíticos, utilizados como sedativos) têm um risco elevado de dependência. “O acompanhamento médico deve ser minucioso, e o paciente não pode utilizar por tempo prolongado”, orienta a neurologista Márcia Assis. Patrícia Coral lembra que esses remédios geram tolerância e, com o tempo, só um comprimido não traz mais resultado. “Por isso deve se evitar a cultura de que é preciso tomar remédio faixa preta para dormir.”
Luciano Ribeiro, da Academia Brasileira de Neurologia, lembra que insônia não significa privação de sono. “Noites de insônia situacionais, por causa de um problema mais sério e que se resolve depois, não devem gerar preocupação. Se persistir por mais de 30 dias, é necessária avaliação médica"."


Fonte: DS - Diário da Saúde

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