Por Maria Carolina
Marcello
“A presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou
nesta segunda-feira as delações de 77 executivos e ex-executivos da
Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato, informou a corte.
A ministra homologou as
delações da Odebrecht após a morte do relator do caso no STF,
ministro Teori Zavascki, em um acidente aéreo este mês. O sigilo
dos casos foi mantido pela presidente do STF, de acordo com o
tribunal.
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Havia uma grande
expectativa de que Teori homologasse as delações da Odebrecht em
fevereiro, no retorno do Judiciário aos trabalhos após recesso.
Após a morte do
ministro, a presidente do STF já havia autorizado a continuidade do
processo por parte de juízes auxiliares de Teori, e agora fez a
homologação como ministra de plantão durante o recesso.
A homologação acontece
depois que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
encaminhou ao Supremo na semana passada um pedido de urgência.
Vazamento de apenas uma
das delações, do ex-diretor de Relações Institucionais da
Odebrecht Claudio Melo Filho, citou recursos repassados a diversos
líderes do PMDB, incluindo o presidente Michel Temer.
Também foram citados,
segundo os vazamentos, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o
secretário do Programa de Parcerias de Investimento, Moreira Franco,
o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), o presidente da
Casa, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo no Congresso,
Romero Jucá (RR), além de políticos de outros partidos, como o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Os políticos negaram
qualquer irregularidade.
Além da decisão sobre a
homologação das delações, a presidente do STF também precisa
definir um novo relator para os processos da Lava Jato no STF.
Ainda não está claro
que dispositivo do regimento interno do STF será utilizado para
definir os próximos passos da Lava Jato na corte, já que há mais
de uma possibilidade.
Uma das saídas seria
passar a relatoria do caso para o sucessor de Teori, a ser indicado
pelo presidente Michel Temer e aprovado pelo Senado. Mas o
presidente, senadores e membros do governo são citados em delações
da Lava Jato, e o próprio Temer já avisou que indicará um novo
ministro apenas após a definição da relatoria.
Outro artigo do regimento
prevê a redistribuição do processo em casos excepcionais, que
poderia ocorrer entre integrantes da Segunda Turma, à qual pertencia
Teori, ou entre todos os ministros da corte.”
Fonte: Reuters
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