Alex Ibañez/ Presidência do Chile |
“O
governo chileno decidiu aprovar uma reforma do ensino superior que
põe fim às universidades privadas e adota um modelo de ensino
superior gratuito e universal.”
“O
Congresso chileno aprovou esta semana uma reforma que vinha sendo
debatida pelos parlamentares do país desde o início do segundo
governo de Michelle Bachelet, em 2014. A promessa de gratuidade
universal do ensino superior era a principal promessa da chefe do
executivo chileno.
Além da gratuidade universal, a reforma chilena cria ferramentas para avaliação do ensino superior que possam garantir a qualidade.
Além da gratuidade universal, a reforma chilena cria ferramentas para avaliação do ensino superior que possam garantir a qualidade.
O
Ministério da Educação do Chile divulgou informações de que nos
últimos 4 anos o governo conseguiu aprovar um total de 29 leis sobre
educação.
A
votação se encerrou na quarta-feira (24), e apontou 102 votos a
favor e duas abstenções. A aprovação na Câmara dos Deputados é
a etapa final para que a lei seja aprovada.
Segundo
informa a Carta Educação, Paula Narváez, porta-voz do governo,
teria afirmado que a lei "dá tranquilidade aos jovens para que
seus talentos, suas capacidades, sua inteligência possam se
desenvolver em um Estado que lhes dá oportunidades".
A
presidente do país, Michelle Bachelet, comemorou a aprovação no
Twitter, lembrando que acredita que sua lei de Universidades Estatais
"fortalece uma gestão institucional, devolve ao Estado seu
papel de protagonismo para assegurar uma educação superior pública
de qualidade".
Chile: economista-chefe que insinuou manipulação política de ranking deixa o Banco Mundial © AP PHOTO/ MOISES CASTILLO |
A
reforma é uma resposta a um projeto da ditadura de Augusto Pinochet,
considerada a ditadura mais sangrenta da América Latina. Entre 1980
e 1990, uma série de privatizações foram realizadas no país.
A
ditadura militar chilena retirou do Estado a responsabilidade de
oferecer direitos sociais como a educação, e abriu espaço para um
ensino privado. Sem regulamentação, as mensalidades de ensino
dispararam nos anos 1990.
Até
então, o governo financiava escolas privadas e as universidades
públicas eram pagas. Dessa forma, estudantes utilizavam
financiamentos de bancos privados para que pudessem estudar e
iniciavam a vida adulta com dívidas.
Em
2006, esse formato da educação gerou os maiores protestos da
história do país desde a ditadura, o que ficou conhecido como
"revolta dos pinguins". Os "Pinguins", como
ficaram conhecidos os estudantes secundaristas chilenos devido ao
uniformes com terno e gravata, foram às ruas e ocuparam escolas em
todo o país reivindicando gratuidade do ensino e também do
transporte. Em 2011, outra onda de protestos de estudantes
universitários também exigia mudanças no modelo.
"Ao
avançar com a gratuidade na educação superior, queremos construir
um país mais igualitário, com igualdade de oportunidades. Com a
aprovação no Congresso, consagramos como lei um direito social que
nunca deveria estar nas mãos do mercado!", afirmou a presidente
no Twitter.
Bachelet
preside o país desde 2014. Ela pertence ao Partido Socialista do
Chile, e já foi presidente do país entre 2006 e 2010. Ela foi a
primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Defesa na América
Latina e a primeira mulher a se eleger para a presidência do Chile.”
Fonte: Sputniknews.com
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