Se faz necessário entender, porém, por que os sindicatos estão morrendo à míngua. Até 2017, no governo Temer, quando aprovou-se a reforma trabalhista, CUT, Força e outras oito centrais sindicais, recebiam anualmente R$ 3,05 bilhões da contribuição sindical obrigatória, o que azeitava a engenhosa estrutura sindical e que tinha em suas suntuosas sedes um cartão de visitas da sua malevolência. Só após o governo Temer, com a reforma trabalhista, é que a bandalheira financeira acabou. Se em 2017, último ano do recolhimento do imposto sindical, foram destinados recursos bilionários às oito maiores centrais sindicais, os anos seguintes foram de vacas magras, situação que perdura até os dias de hoje. Em 2018, o total arrecadado com o imposto foi de R$ 411,8 milhões, o que representou apenas 13% do total distribuído aos sindicatos em 2017. Desse total, a CUT ficou com apenas R$ 62,2 milhões e a Força Sindical com outros R$ 51,3 milhões. De lá pra cá, a arrecadação despencou. Durante todo o ano de 2021, o total arrecadado foi de apenas R$ 65,5 milhões (3% do que recebiam em 2017).
© Gabriela RölkeA falência dos sindicatos
© DivulgaçãoALIADOS Lula no Primeiro de Maio, acompanhado por Paulo Okamoto
O grande volume de dinheiro daqueles tempos áureos se materializou em sedes suntuosas e patrimônio inestimável em imóveis e outras benesses para a classe dominante das centrais sindicais espalhadas pelo País. Com fartura de dinheiro, as centrais como a Força Sindical, de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, realizavam eventos grandiosos, como sorteio de carros e apartamentos. Em 2017, por exemplo, ainda no tempo da gastança, a Força Sindical sorteou 19 automóveis no Dia do Trabalhador. Passada a época dos anos dourados, já depois do fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, a CUT cogitou, em 2019, vender sua sede, no bairro do Brás, avaliada em R$ 10 milhões. O negócio acabou não sendo concretizado. Já a sede da Força Sindical, no bairro da Liberdade, segue à venda. O valor estimado é de R$ 15 milhões.
Suspeitas de corrupção também rondaram os líderes sindicais ao longo de toda a história recente do sindicalismo. Afinal, sempre havia muito dinheiro em jogo para encantar os dirigentes sindicais, não só do imposto sindical, mas das contribuições espontâneas dos operários e dos recursos do Fundo de Atenção ao Trabalhador (FAT), de onde os sindicalistas sempre se locupletaram. Presidente da Força Sindical licenciado, o deputado Paulinho da Força (SD) chegou a ser condenado, em 2017, por desvio de recursos do FAT. O dinheiro havia sido destinado pelo Ministério do Trabalho para a Força, na época presidida por Paulinho, e deveria ter sido utilizado para a qualificação de trabalhadores. Antes disso, ele havia sido condenado também por improbidade administrativa em razão da compra superfaturada de uma fazenda em Piraju (SP), para um assentamento de trabalhadores rurais. A terra era improdutiva e seu valor, superfaturado. A Força Sindical também se envolveu no esquema de corrupção, segundo o Ministério Público Federal. Mais recentemente, em 2020, Paulinho foi condenado criminalmente pelo STF a dez anos de prisão por desvio de verbas públicas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele recorreu."
CUT
2.325 Entidades sindicais filiadas
25 milhões Trabalhadores na base
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© Toni Pires VAZIO Edifício-sede da CUT. Funcionários estão em home-office
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