Por Gustavo Bonato / Lisandra Paraguassu
"Grupos
de caminhoneiros começaram greve nesta segunda-feira, interrompendo
algumas rodovias do Brasil, em uma mobilização organizada por meio
de redes sociais em protesto contra o governo federal.
Segundo
a Polícia Rodoviária Federal, há relatos na manhã desta
segunda-feira de bloqueios em pelo menos quatro pontos de rodovias
federais de Minas Gerais. No Paraná, há interrupção total em dois
pontos da BR-376 e um da BR-277.
Na
BR-280, em Santa Catarina, manifestantes bloqueiam a passagem de
todos os caminhões, que são desviados para o acostamento.
Ainda
segundo a PRF, no Rio Grande do Sul, há manifestações em seis
pontos diferentes de estradas, mas sem interrupção do tráfego.
Não há
avaliação sobre os problemas causados pelos bloqueios ao transporte
de carga e ao fluxo de produtos exportados pelo Brasil.
As
associações tradicionais de representação dos caminhoneiros, como
a União Nacional dos Caminhoneiros e o Movimento União Brasil
Caminhoneiro, não participam do movimento.
O
Palácio do Planalto está preocupado com a politização da greve
dos caminhoneiros deflagrada nesta segunda-feira.
O
governo vem negociando com os líderes do movimento para estabelecer
uma pauta, mas a associação das lideranças dos movimentos com
líderes de grupos que pedem o impeachment da presidente dificulta as negociações.
Os
ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, da Previdência
e Trabalho, Miguel Rosseto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo,
estão na frente de negociação, mas não tiveram avanços até
agora. A presidente já fez três reuniões para tratar do tema, a
última delas na sexta-feira, no Palácio do Alvorada.
Além da
politização do movimento, o governo teme uma crise de abastecimento
e o bloqueio de estradas, como os que ocorreram entre os meses de
fevereiro e abril deste ano, e estuda até mesmo apelar para medidas
judiciais se houver bloqueios de estradas.
A
expectativa do governo é conseguir esvaziar o movimento ao negociar
com as lideranças interessadas em obter ganhos para a categoria, e
não em politizar o movimento. Parte dos líderes envolvidos no
movimento de fevereiro são contrários a essa greve justamente pela
conotação política.
No
início de março, a Presidente Dilma sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros,
que alivia pagamento de pedágio, perdoa multas e promete ampliar
pontos de paradas para descanso, após greve de caminhoneiros em
fevereiro que bloqueou estradas pelo país."
Fonte:
Reuters Brasil
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