Em diversas partes do País, principalmente nas capitais houve protestos pela saída de Eduardo Cunha, aquele com que mesmo tendo contas na Suíça, envolvido na Operação Lava Jato, mente descaradamente, dizendo que as contas não são suas. Ele as colocou no nome de "laranjas".
Em São Paulo, o
peemedebista e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, são os principais alvos de uma manifestação que reúne centenas de pessoas na
Avenida Paulista na tarde do último domingo (8).
O ato, que é
liderado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central
Única dos Trabalhadores (CUT) e outras trinta organizações, também
protestam conta o pacote de ajuste fiscal do governo.
A concentração
começou às 14hs. Até às 15hs, cerca de 1000 pessoas estavam
presentes em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), de acordo com estimativas não oficiais da Polícia Militar. Os organizadores falam
em 20 mil. "Eduardo Cunha é um bandido engravatado e um
sem-vergonha. Nossos companheiros vão ficar acampados em Brasília
até que ele caia. É uma vergonha o Cunha ainda não estar preso",
disse o líder do MTST, Guilherme Boulos, em discurso em cima do
carro de som.
O dirigente também
prometeu promover uma "ocupação" e um "acampamento"
na Câmara se forem feitos cortes em programas sociais. "Se
houver cortes no Minha Casa, Minha Vida e outros programas sociais,
esse País vai pegar fogo. Fora Cunha, Fora Levy", disse líder
MTST, Boulos.
Em um manifesto
publicado pela frente, os movimentos chamam Cunha de "ladrão
blindado" e apontam o peemedebista como "representante da
política conservadora". "Exigimos o fora Cunha e somos
contra o ajuste fiscal. Um dos grandes representantes da política
conservadora é Eduardo Cunha", diz o texto assinado pelos
movimentos sociais.
Cunha é
investigado no âmbito da Operação Lava Jato, sob acusação de
receber propina com dinheiro desviado da Petrobrás por meio de
contas na Suíça. O presidente da Câmara tem negado todas as
acusações.
Ele é alvo de um
processo de cassação da mandato no Conselho de Ética da Casa, sob
a acusação de ter mentido a integrantes da CPI da Petrobrás sobre
ter contas bancárias fora do País. Em sua defesa, ele deve afirmar
que falou a verdade à comissão, pois possuía dinheiro em um
''trust", espécie de fundo de investimentos.
Em São Paulo, a
programação feita pelos organizadores é que os manifestantes
marchem até o parque do Ibirapuera, onde devem ocorrer shows com
artistas populares. Além de eventos na capital paulista, a frente
organizou atos nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre,
Uberlância, Palmas, Boa Vista, Fortaleza, Curitiba e também no Rio.
Cunha foi alvo de
vários protestos desde que surgiram as denúncias de que teria
contas ocultas na Suíça. Na semana, manifestantes jogaram notas
falsas de dólares enquanto Cunha concedia uma entrevista coletiva a
jornalistas na Câmara.
Em Brasília,
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizaram
o ato que contou com cerca de 200 pessoas, de acordo com o movimento.
O grupo partiu do terminal rodoviário da capital federal e caminhou
pelo Eixo Monumental até o gramado em frente ao Congresso Nacional.
No local, eles incendiaram um boneco do peemedebista feito por eles.
Ao final do ato,
três integrantes do movimento chegaram a ser detidos, mas foram
soltos logo em seguida. De acordo com a Polícia Civil, um
integrante de 15 anos do MTST agrediu outro membro do movimento de 19
anos durante uma discussão. O pai do adolescente se meteu na briga e
também acabou detido. Eles foram levados para a delegacia, mas foram
liberados após retirarem a denúncia.
Apesar do
incidente interno, desta vez integrantes do MTST não entraram em
confronto com membros do Movimento Brasil Livre (MBL) que estão
acampados no gramado do Congresso desde a semana retrasada, pedindo o
impeachment da presidente Dilma Rousseff. No último dia 28 de
outubro, quando o protestavam contra a aprovação do projeto que
tipifica o crime de terrorismo, houve bate-boca e empurra-empurra
entre integrantes dos dois movimentos.
No domingo (8) pela
manhã, integrantes do Movimento Brasil Livre fizeram um churrasco no
acampamento montado em frente ao Congresso. Eles assaram carnes, como
picanha e costela, em churrasqueira montada no próprio gramado.
Alguns manifestantes tentaram impedir repórteres fotográficos de
fazerem imagens do churrasco. Eles chegaram a hostilizar jornalistas,
acusando a imprensa de tendenciosa ao publicar matérias sobre o
protesto.
Apesar de
autorizado pelo presidente da Câmara, o protesto do MBL fere ato do
Congresso de 2001 que proíbe a montagem de tendas no gramado da
Casa. Pela assessoria de imprensa, Cunha disse que autorizou o
protesto como "autorizaria qualquer outro movimento que não
esteja sob riscos de segurança, nem coloquem em risco as pessoas que
circulam pelo local, respeite o patrimônio público, as normas de
trânsito e não tenha natureza hostil".
Cerca de 300
pessoas, conforme informações da Polícia Militar, participaram de
manifestação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo
Horizonte. O parlamentar é criticado pelo apoio a projetos de lei
que retiram direitos das mulheres.
"Sou médica
e estou aqui porque sei que o Cunha faz mal para a nossa saúde",
afirma Maria Esther Vilela, de 59 anos. "O presidente da Câmara
está interferindo na vida das mulheres, de forma a interferir na
autonomia que temos sobre nossos corpos", acrescentou a médica.
Entre as medidas apoiadas por Eduardo Cunha e criticadas pelos
manifestantes está o projeto de lei 5069/13, idealizado pelo
deputado, que transforma em crime a propaganda e indução ao aborto.
Mulheres, muitas
com placas de "Fora Cunha", dançam ao som de uma charanga.
Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
também participam do protesto. Logo no início da manifestação,
houve pequeno tumulto quando a Polícia Militar tentou desobstruir
uma das vias que circulam a praça. Um integrante do MLB reclamou da
forma que um policial pegou em seu braço. O desentendimento, no
entanto, terminou logo em seguida.
Os manifestantes
seguiram para a Praça da Estação, também na Região Centro-Sul de
Belo Horizonte, onde encerrarão a manifestação contra Eduardo
Cunha. "O grito mais entoado é "ai, ai, ai, ai empurra o
Cunha que ele cai".
O funcionário
público Marcelo Jonas da Silva, de 45 anos, que participa do
protesto, afirma que Cunha tem que sair não só pela tentativa de
retirada de direitos das mulheres, mas pelas suspeitas de
irregularidades no envio de recursos para a Suíça.
Sobre a manifestação, , o funcionário público afirma que as mulheres têm que ter seus direitos assegurados em proporção maior que os homens. "O motivo é simples. Elas ainda são discriminadas. Um exemplo disso é que ganham menos do que nós", argumenta.
Em Curitiba
Na capital
paranaense,o ato foi organizado na periferia pelo Movimento Popular
pela Moradia (PMP) e pelo movimento Povo Sem Medo, que reúne outros
movimentos populares, e que pedem a renúncia de Cunha. Além do
presidente da Câmara, a manifestação atacou a aliança do governo
federal com setores considerados conservadores e o provável corte de
investimentos nos programas populares. Atingido por denúncias de
corrupção, Cunha tem sido criticado por ter tentado, de acordo com o MPM,
restringir os investimentos da Caixa Econômica Federal (CEF). “Caso
seu projeto fosse aprovado não teríamos mais investimentos em
moradias populares”, disse um dos coordenadores do MM, Crisanto
Figueiredo. Segundo os organizadores, 1,1 mil participaram do evento
que, mesmo com chuva, atraiu os moradores das ocupações Primavera,
29 de Março e Tiradentes – todas na região - , cuja população
chega a 1,3 mil pessoas, que aguardam habitação.
Não houve uma estimativa de público por parte de órgãos oficiais.Na opinião de Crisanto, o mau momento ruim vivido pelo país não é apenas por causa de Cunha, pois o governo federal também erra ao promover alianças grupos considerados conservadores. “Ele ameaça com impeachment, o governo recua, depois ele recua por causa das denúncias, mas volta a ameaçar, esse círculo precisa terminar”, comentou. Agenor Sampaio, 62, mora na região e participou da manifestação para que não ocorram cortes na área de moradias. “Precisamos defender o que foi conseguido, mas seria uma mudança (saída de Cunha) para melhor”, disse. No sábado à tarde, cerca de mil pessoas participaram, juntamente com a Virada Cultural que acontece na cidade, de uma manifestação pedindo a saída de Eduardo Cunha. A Virada terminou no domingo(8), com apresentação de Emicida e estão previstos novos protestos."
Não houve uma estimativa de público por parte de órgãos oficiais.Na opinião de Crisanto, o mau momento ruim vivido pelo país não é apenas por causa de Cunha, pois o governo federal também erra ao promover alianças grupos considerados conservadores. “Ele ameaça com impeachment, o governo recua, depois ele recua por causa das denúncias, mas volta a ameaçar, esse círculo precisa terminar”, comentou. Agenor Sampaio, 62, mora na região e participou da manifestação para que não ocorram cortes na área de moradias. “Precisamos defender o que foi conseguido, mas seria uma mudança (saída de Cunha) para melhor”, disse. No sábado à tarde, cerca de mil pessoas participaram, juntamente com a Virada Cultural que acontece na cidade, de uma manifestação pedindo a saída de Eduardo Cunha. A Virada terminou no domingo(8), com apresentação de Emicida e estão previstos novos protestos."
Fonte: O Estado de
S. Paulo
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