Os antibióticos parecem ter mais problemas além da conhecida resistência das superbactérias. [Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay] |
Redação
do Diário da Saúde
Efeito
colateral ou desnecessário
“Há uma crença generalizada nas comunidades médica e científica - e, por decorrência, entre a população - de que antibióticos são medicamentos benignos e que só podem fazer bem.
“Há uma crença generalizada nas comunidades médica e científica - e, por decorrência, entre a população - de que antibióticos são medicamentos benignos e que só podem fazer bem.
Não
foi o que se verificou em um levantamento realizado entre 1.500
pacientes adultos admitidos no Hospital Johns Hopkins, um dos mais
renomados dos EUA. Entre esses pacientes ambulatoriais, escolhidos ao
acaso, cerca de um quinto apresentou efeitos colaterais adversos
decorrentes do uso dos antibióticos receitados pelos médicos que os
atenderam.
E,
coincidentemente, quase um quinto desses efeitos colaterais ocorreram
em pacientes que não precisariam sequer ter tomado antibióticos.
O
relatório, publicado pela revista médica JAMA
Internal Medicine,
vem-se somar a um crescente corpo de evidências de que esses
medicamentos não são benignos e que os médicos
muitas vezes não conseguem pesar os riscos e os benefícios dos
antibióticos antes
de prescrevê-los.
"Muito
frequentemente, os clínicos prescrevem antibióticos mesmo que
tenham uma baixa suspeita de uma infecção bacteriana, pensando que,
mesmo que os antibióticos não sejam necessários, provavelmente não
serão prejudiciais," comentou a Dra. Pranita Tamma, uma das
responsáveis pelo relatório. "Mas nem sempre é assim. Os
antibióticos têm o potencial de causar danos reais aos pacientes.
Cada vez que pensamos em prescrever um antibiótico, precisamos parar
e nos perguntar, 'Esse paciente realmente precisa de um
antibiótico?'"
Efeitos
colaterais dos antibióticos
Tamma
e seus colegas avaliaram os registros médicos eletrônicos de 1.488
adultos admitidos por razões que variavam de traumatismo a doenças
crônicas, mas todos tendo recebido pelo menos 24 horas de tratamento
antibiótico.
Ímãs estão sendo estudados como substitutos para os antibióticos, uma técnica chamada "purificação magnética do sangue". [Imagem: EMPA] |
Os
pacientes foram acompanhados durante 30 dias após a
alta hospitalar
para determinar a probabilidade de uma reação adversa aos
antibióticos e para identificar quantas reações adversas poderiam
ser evitadas eliminando o uso desnecessário de antibióticos.
A
conclusão é que 20% dos pacientes que receberam antibióticos
tiveram um ou mais efeitos adversos, destacando que, para cada 10
dias adicionais de antibióticos, o risco de efeitos colaterais
aumentava 3%.
Os
efeitos colaterais mais comuns experimentados pelos pacientes foram
anormalidades gastrointestinais (42%), renais (24%) e circulatórias
(15%).
"Se
o paciente desenvolve uma reação adversa associada aos
antibióticos, embora seja, é claro, infeliz, temos que nos
assegurar de ter algum conforto em saber que pelo menos o antibiótico
era verdadeiramente necessário," finalizou Tamma.”"
Fonte: Diário
da Saúde
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