Quem já não se complicou com a Tabela Periódica nas aulas de química, agora, serão adicionados mais quatro elementos.
“Os quatro
novos elementos da Tabela Periódica,
que receberam seus nomes no ano passado, foram ratificados no Brasil
durante o 46º Congresso Mundial de Química, que está sendo
realizado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada
(IUPAC) na cidade de São Paulo.
Os
elementos 113, 115, 117 e 118 receberam os nomes de Nihonium (Nh),
Moscovium (Mc), Tennessine (Ts) e Oganesson (Og), respectivamente, e
estão alocados na sétima fila da Tabela Periódica. Os três
primeiros poderão ser aportuguesados para nirrônio, moscóvio e
tenessine, mas o oganesson deverá permanecer por ser uma referência
a uma pessoa.
A
validação de novos elementos meses depois de serem descobertos é
uma cerimônia padrão da IUPAC, porém, desta vez, a entidade deixou
para fazer a ratificação no Brasil, durante a Assembleia Geral da
IUPAC.
"Vejam
que o país de vocês é muito afortunado, pois esta é a primeira
vez na história que quatro elementos são nomeados ao mesmo tempo e
a confirmação será no Brasil. Isso é o nosso presente para o 40º
aniversário da Sociedade Brasileira de Química", disse Natalia
Tarasova, presidente da IUPAC.
Descobrir
novos elementos químicos
Descobrir,
nomear e ratificar novos elementos químicos são eventos muito
raros. "É um processo complicado. Antes destes quatro
elementos, outro havia sido descoberto cinco anos atrás. Mas
acredito que o próximo possa demorar a vir. Essa é a minha
expectativa," disse Natalia.
Para
ela, a necessidade de ratificar os novos elementos está na
importância da descoberta e de todo o processo de nomeação e
inclusão dos elementos na Tabela Periódica. "Isso acontece
porque é um esforço científico muito grande. Esses grupos
trabalharam por 10 ou 15 anos para encontrar novos elementos e para
provar que de fato são novos elementos. Pois algumas vezes na
história ocorreram erros: acreditaram se tratar de um novo elemento,
mas na realidade era um isótopo," disse.
O
processo para nomear novos elementos químicos tem critérios bem
definidos. O direito de dar o nome pertence aos descobridores. "Eles
propõem o nome e existem comitês para checar se o nome soa bem em
todos os idiomas do nosso planeta, se não há erro e então a
assembleia geral o aprova," disse Natalia.
Nomes
dos novos elementos químicos
O
elemento 113 recebeu o nome de Nihonium (Nh), proposto por cientistas
do Instituto Riken, no Japão, que descobriram o novo elemento. O
nome veio de Nihon, que é uma das duas maneiras de dizer Japão em
japonês e que significa Terra do Sol Nascente - a outra é a forma
oficial Nippon.
"Os
pesquisadores que descobriram o Nihonium conseguiram obter apenas
três átomos deste elemento. Em 15 anos, apenas três átomos! Você
pode imaginar isso? Três átomos e esse é o novo elemento",
disse Natalia.
O
nome Moscovium (Mc) do elemento 115 é uma homenagem à cidade de
Moscou, na Rússia, endereço do Joint Institute for Nuclear
Research, onde os experimentos foram conduzidos.
O
nome Tennessine (Ts) do elemento 117 reconhece a contribuição da
região do Tennessee, nos Estados Unidos, incluindo a do Laboratório
Nacional Oak Ridge, da Universidade Vanderbilt e da Universidade do
Tennessee em Knoxville.
Por
fim, na sétima linha, e em consonância com a tradição de honrar
um cientista, o nome Oganesson (Og) do elemento 118 foi sugerido pela
equipe de descobridores do Joint Institute for Nuclear
Research (Rússia) e do Laboratório Nacional Lawrence
Livermore (EUA). Eles resolveram fazer uma homenagem e reconhecer o
trabalho do físico nuclear Yuri Oganessian (nascido em 1933) por
suas contribuições pioneiras em pesquisas no campo de síntese e
estudo de novos elementos químicos.
Os
quatro elementos são elementos sintéticos, não encontrados na
natureza, e que só podem ser produzidos em laboratório. A
existência deles é extremamente curta. Sendo altamente radioativos,
eles só se mantêm estáveis por alguns segundos ou até mesmo por
um mero milissegundo, o que tornou a tarefa de confirmação da
existência de cada um extremamente difícil.”
Fonte: Inovação Tecnológica
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