No
Rio, os preparativos para a abertura da Olimpiada, enquanto
isso...
"No
gabinete do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), o chefe de
gabinete, Talmo Bauer, foi preso nesta sexta-feira, 5,
preventivamente sob a acusação de sequestro qualificado contra uma
jovem de 22 anos que acusa o parlamentar de tentativa de estupro,
assédio sexual e agressão. A Procuradoria-Geral da República
avalia se investiga Feliciano a pedido da Procuradoria Especial de
Mulher do Senado.
No
depoimento que prestou na quinta, 4, à Polícia Civil de São Paulo,
a jornalista Patrícia Lelis, ex-militante do PSC jovem, forneceu
detalhes de como, segundo ela, Feliciano a atraiu para seu
apartamento funcional. Era 15 de junho.
"Ele
falou que tinha uma reunião do PSC jovem, mas quando cheguei la só
estava ele", disse. A jornalista disse que em seguida o
parlamentar teria tentado abusá-la sexualmente. "Ela tentou
levantar meu vestido e tirar minha blusa. Como eu não deixei, ele me
deu um soco na boca e um chute na perna", disse. Ela contou que
só conseguiu escapar porque uma vizinha ouviu seus gritos e tocou a
campainha para saber se estava tudo bem.
Acompanhada
da mãe e de uma advogada, ela também acusou dois outros políticos
importantes do PSC. Patrícia relatou que em 16 de junho, um dia
depois de ter sido agredida por Feliciano, procurou ajuda no partido,
mas em resposta ouviu uma proposta para receber dinheiro em troca de
seu silêncio.
A
proposta teria sido feita pelo presidente nacional do PSC, Pastor
Everaldo, segundo ela, em uma reunião na qual estava também
presente o deputado Gilberto Nascimento. "Pastor Everaldo me deu
uma sacola de mercado cheia de dinheiro e disse que era para eu ficar
quieta", disse. Segundo ela, Everaldo também a ameaçou de
morte.
Patrícia
contou que após relatar o caso no PSC passou a ser perseguida dentro
do partido.
Patrícia
conta que foi procurada pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talmo
Bauer. Os dois se encontraram em um café. A conversa foi gravada por
ela. O arquivo foi encaminhado por ela a dois amigos, com a
orientação de que deveria ser divulgado na internet caso
acontecesse alguma coisa com ela.
No
sábado passado, Patrícia saiu de Brasília e foi para São Paulo.
Assim que chegou na capital paulista, ela diz que continuou sendo
assediada por Bauer. Segundo ela, o chefe de gabinete a forçou a
gravar dois vídeos em que negava as agressões e rasgava elogios a
Feliciano. Os vídeos foram publicados na internet nesta semana. "Ele
também pegou a senha do meu Facebook e do Whatsapp e passou a mandar
mensagens em meu nome".
Ao
estranhar a postura da jovem nas redes, os amigos divulgaram, na
quarta-feira passada, o áudio. Na conversa, Bauer oferece ajuda a
ela e a aconselha a "deixar tudo para lá", disse.
Patrícia
foi contactada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta, 3. Por
telefone, reafirmou o que havia dito no vídeo, que não havia sido
agredida por Feliciano.
Ao
conversar pessoalmente, no entanto, confirmou ter sido agredida. "Eu
estava com medo porque estou sendo monitorada", disse. Durante a
conversa com a reportagem, Patrícia recebeu dezenas de ligações de
Bauer.
Patrícia
procurou a polícia e contou sua história.
A
investigação será encaminhada para Brasília porque Feliciano tem
foro privilegiado. "Vamos apurar o caso com muito cuidado, disse
o delegado responsável pelo caso, o delegado Luís Roberto
Hellmeister, titular da 3 CP.
Procurados
pelo jornal O Estado de S. Paulo, os deputados Pastor Marco Feliciano
e Gilberto Nascimento não foram localizados. O presidente do PSC,
Pastor Everaldo, diz que o tema será debatido na sigla na
terça-feira, 9, e que será criada uma comissão interna para
averiguar o caso. Segundo o dirigente, o senador Marcondes Gadelha
coordenará o processo.
"Essa
pessoa que está falando aí eu nunca recebi sozinho. Recebi uma
única vez na sede do partido. Não conheço essa história. Não sei
do que se trata", disse Everaldo."
Fonte: noticias ao minuto e Estadão
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