O fenômeno que fez o mar recuar desde a costa uruguaia no fim de semana atingiu também a praia de Itajaí, em Santa Catarina. (Wagner Cardoso/Fotos Públicas) |
"Evento que fez a água retroceder até 50 metros no litoral sul foi causado por ventos fortes e maré baixa. Recuo deve desaparecer até o fim da semana"
Por Rita
Loiola
"As
praias do litoral sul do Brasil amanheceram
com as águas extremamente recuadas no início desta semana. Em
alguns locais de Santa
Catarina,
o recuo
do mar foi
de até 50 metros, o que fez com que, em pontos do sul do estado,
embarcações encalhassem. Em Itajaí, estima-se que o prejuízo
tenha chegado a 700.000 reais. Em Caraguatatuba,
em São
Paulo,
os barcos também ficaram na areia. O fenômeno, impulsionado por
fortes ventos que empurram as ondas em direção a alto- mar, é
comum – mas raramente é tão intenso.
“Costumamos
observar recuos
do mar de
10 ou, no máximo, 20 metros. Os eventos deste fim de semana foram
entre duas e cinco vezes maiores que o normal”, explica Joseph
Harari, professor do Departamento de Oceanografia Física, Química e
Geológica da Universidade de São Paulo (USP). “Dessa vez, tivemos
a persistência por vários dias de ventos fortes que carregaram as
águas para longe das praias – foi um evento meteorológico de
grande escala que se refletiu em um fenômeno também de grande
magnitude no oceano.”
Segundo
o especialista, os ventos fortes – que em alguns pontos do litoral
chegaram a 80 quilômetros por hora – são resultado de um sistema
de alta pressão no Atlântico Sul. Os ventos, vindos do Nordeste e
soprando em paralelo à costa brasileira, empurraram as águas para
sudoeste. Junto a isso, a fase cheia da Lua dos últimos dias
intensificou a maré baixa.
Praia de Itajai - SC |
“Quando temos esses ventos vindos da direção norte paralelos ao litoral, soprando persistentes e com forte intensidade, a água do mar acaba sendo ‘empilhada’: recuo das águas”, explica Bianca Lobo, meteorologista do Climatempo.
Previsão
Nos próximos dias, o mar deve voltar às condições normais. Segundo o Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos (Cptec-Inpe), o risco de recuo do mar ou ressacas vai diminuir no litoral sul e sudeste. De acordo com o órgão, os sistemas meteorológicos que favoreceram a ocorrência do recuo do mar não estarão atuantes. O Cptec destaca também que não existe “nenhuma ligação e/ou risco de tsunami”."
Fonte: Veja
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