Com informações da Agência Brasil
Soro
antiapílico
"Um
medicamento inédito contra veneno de abelhas está sendo
desenvolvido pelo Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro, em
parceria com o Centro de Estudos e Venenos de Animais Peçonhentos da
Universidade Estadual Paulista de Botucatu (SP).
Há
um ano, o soro antiapílico vem sendo testado em dez pacientes que
tiveram múltiplas picadas de abelha, com resultados animadores.
"Nesta
fase de testes, a gente vê segurança. Nesses dez pacientes em que
foi aplicado o soro, correu tudo bem, na medida do esperado,"
disse o pesquisador Luís Eduardo Cunha.
A
tecnologia de produção e o próprio soro são inéditos, e há a
expectativa de sua exportação para outros países.
O
Instituto já solicitou à Anvisa a extensão da atual fase de
ensaios clínicos para testar o soro em mais 10 pacientes, antes que
o medicamento seja registrado e possa ser disponibilizado para todo o
país.
"Até
julho do ano que vem, a gente tem que totalizar 20 pacientes, que é
o número que estabelecemos para esse estudo. Como a gente não pode
inocular o veneno nas pessoas e depois o soro para testar, e tem que
esperar acontecer os casos, isso dificulta um pouco o processo. A
gente necessita que os casos aconteçam naturalmente e que sejam
perto de onde a gente tem soro", indicou Luís Eduardo.
Acidentes
com abelhas
O
tratamento consiste na utilização de duas a dez ampolas de soro,
dependendo da carga de veneno que as pessoas acidentadas receberam.
Duas ampolas são suficientes para combater 200 picadas de abelha.
Se
todos os testes puderem ser feitos até julho de 2018, conforme
previsto, o relatório de segurança final será enviado à Anvisa,
que deverá liberar o registro do medicamento. O Instituto Vital
Brazil passará então a produzir a vacina para fornecer ao Sistema
Único de Saúde (SUS). A expectativa é que o medicamento possa ser
liberado para consumo no segundo semestre de 2019.
Os
últimos dados disponíveis no Ministério da Saúde, embora ainda
provisórios, segundo observou Luís Eduardo, mostram que em 2014
ocorreram 14.062 casos de picadas de abelha no Brasil; em 2015, o
número recuou para 13.708 registros, caindo ainda mais em 2016
(11.991 casos).
Nos
últimos três anos, a incidência por 100 mil habitantes revela sete
óbitos por veneno de abelha em 2014, 12 em 2015 e 25 em 2016. A
média é 30 mortes por ano para 10 mil a 12 mil acidentes. A maior
prevalência é entre crianças e idosos. Proporcionalmente o
resultado é muito parecido ao que acontece com os casos de mortes
com picadas de serpentes, em que são registrados atualmente 110
óbitos para cerca de 30 mil envenenamentos.”
Fonte: Diário da Saúde
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