POR
PAULO HENRIQUE AMORIM
"O historialista dos
múltiplos chapéus é ardiloso: ele publica o mesmo texto, no
mesmo dia, em dois jornais que ficam a 400 km de distância, um do
outro, na era da internet!
O
Globo e a Folha são as vitimas do ardil, como foram do predecessor
do Gaspari, o Paulo Francis, que mentia descaradamente e foi, por
isso, expulso da Folha.
O
Gaspari já teve o seu momento “intercept”!
Foi
quando se soube que o Geisel combinava com o Figueiredo
quem deveria morrer!
O
Geisel, que o Gaspari esculpiu em mármore de Napolis como o
“Sacerdote” da dupla com o “Feiticeiro”, que deu o Golpe de
1964 para salvar o Brasil do petebo-comunismo, porque o Jango só
gostava de pernas: de coristas e de cavalos.
O
Sacerdote e o Feiticeiro são os beneméritos de fluvial obra sobre o
que Gaspari chama de “ditadura”.
Mesmo
depois que se soube que Geisel mandava matar, Gaspari não confessou:
não admitiu que de sacerdote Geisel não tinha nada.
Reagiu
mais ou menos como Moro: não reconheceu o crime e, se fosse verdade,
não tinha nada demais.
O historialista produz
nesse domingo 23/VI um ataque virulento, frontal ao magnífico filme
“Democracia em vertigem”, de Petra Costa.
Magnífico
é pouco!
É
filme que informa, emociona e descreve com cenas originais e
fortíssimas os passos que a extrema-direita (de que Gaspari foi e é
um dos sacerdotes) deu para derrubar a Dilma e prender o Lula.
Ela
entrevistou Dilma e Lula em circunstâncias decisivas: quando Dilma
foi derrotada na Câmara pela quadrilha do Eduardo Cunha (que o Janot
deixou solto até perder a serventia); e no Sindicato dos
Metalúrgicos, pouco antes de Lula se entregar (e cometer um dos
mais graves erros de sua trajetória política…).
(É
provável que o advogado da capitulação de Lula tenha sido o mesmo
que defendeu Dilma e não ganhou nenhuma causa – o zé da
Justiça).
A
narrativa de Petra Costa se enriquece com a de sua família, ela
mesma dividida entre duas partes: a que serviu à Andrade Gutierrez e
à direita, e os pais que recorreram à luta armada e,
milagrosamente, sobreviveram a sacerdotes e feiticeiros!
“Democracia
em vertigem” é imperdível!
O
que já se perdeu são os exemplares encalhados da obra gaspárica
que, na editora Intrínseca, devem servir para alimentar ratos."
PHA
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